sábado, 5 de setembro de 2009

PT: Grandes lançamentos, pequenos resultados

Brasília (04) - O presidente da República ainda não decidiu o que vai fazer quando mudar dos Palácios do Planalto e Alvorada. Recentemente, brincou que poderia pedir uma bolsa de estudos ao ProUni, programa para universitários de baixa renda.

Outra alternativa que ele poderia pensar seria como diretor de algum centro de lançamentos aeroespaciais. Em sete anos, Lula transformou o Planalto num novo Cabo Canaveral. Ou melhor, na base de Alcântara (MA), onde se empilham os destroços de programas de governo, anunciados com estrondo, mas que acabam se revelando chabus.

Basta verificar como andam os Programas de Aceleração do Crescimento (PAC), Minha Casa, Minha Vida, Primeiro Emprego (substituído, apressadamente, pelo ProJovem e pelo Praça da Juventude) e, entre outros, o extinto Fome Zero.

PRIMEIRO FRACASSO

O Fome Zero, um ambicioso plano de combate à fome, já em janeiro de 2002 mobilizou a sociedade brasileira. Só que em vez de tomar como base os programas sociais existentes, o "governo dos trabalhadores" decidiu "descobrir o Brasil".

O resultado foi uma série de trapalhadas. No governo Fernando Henrique Cardoso os beneficiários do bolsa-escola e do bolsa-alimentação recebiam o dinheiro por meio de cartões magnéticos e podiam usar o dinheiro como achassem necessário.

Já o Fome Zero surgiu com a necessidade de apresentação de notas fiscais que comprovassem a compra de alimentos para o recebimento do benefício. Essa exigência mostrava – de forma surpreendente num "governo dos trabalhadores" – um ranço das oligarquias brasileiras: o preconceito de que os pobres, ao ganharem algum dinheiro, compram cachaça em vez de comida.

Em fevereiro de 2003, ficou claro que a base de lançamentos não dispunha de rastreamento para acompanhar o Fome Zero. Em março, o governo admitiu que não tinha condições para receber doações e armazenar os alimentos doados pela população.

A Organização das Cooperativas Brasileiras, por exemplo, havia doado 24 milhões de quilos de alimentos mas não sabia a quem entregar. As empresas de telefonia tinham criado uma central telefônica para receber doações e sugestões mas ela só seria instalada em abril.

As trapalhadas acabaram em briga. Irritado com a informação de que o Fome Zero não tinha contas bancárias abertas, José Graziano divulgou o número delas no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal.

Frei Betto, um petista histórico e auxiliar de Lula à época, aumentou a confusão ao afirmar: "Essas contas já existiam há muito tempo, mas eu não tinha autorização para revelá-las."

Numa tentativa de salvar o Fome Zero, o PT aprovou uma intervenção branca no Ministério da Segurança Alimentar e criou uma Secretaria Especial de Acompanhamento do Fome Zero.

Começava também o "aparelhamento". Em Alagoas, o deputado Givaldo Carimbão, lançado candidato a prefeito de Maceió, indicou a filha, Flávia de Sá Gouveia para coordenar o programa no Estado.

No Piauí, os "companheiros" perderam logo a compostura: a Coordenadora do Fome Zero no Estado, Rosângela Souza, também era secretária de Formação do PT. Em Guaribas, ela exercia duas funções: usava o Fome Zero para promover filiação entre os beneficiários do programa. A outra boquinha: no governo estadual, era secretária de Ação Social do governador Wellington Dias.

Além do aparelhamento, havia o desperdício. Consultores começaram a ser contratados por R$ 10 mil mensais – mais do que ganhava o "companheiro-presidente", só para cuidar da programação visual do programa, e R$ 1 milhão já havia sido gastos com passagens e diárias.

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