Folha de São Paulo
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
No domingo à noite, véspera da reunião em que líderes da base defenderam a manutenção do regime de urgência para tramitação dos projetos do pré-sal, uma voz fincou pé nessa mesma posição durante o encontro entre Lula e governadores: Franklin Martins.
O fim da urgência foi reivindicado por José Serra (PSDB-SP) sob o argumento de que, se o governo teve dois anos para elaborar o marco regulatório, não fazia sentido dar ao Congresso 90 dias para discuti-lo e aprová-lo. O ministro da Comunicação Social rebateu dizendo que seria adequado encerrar tudo antes da campanha eleitoral. Lula concordou com o fim da urgência. Ressuscitada, porém, na manhã seguinte, em reunião da qual Franklin também participou.
Protagonista. Franklin teve papel mais destacado que o de outros ministros na reunião de Lula com os governadores. Num dado momento, travou diálogo áspero com Sérgio Cabral (PMDB-RJ) a propósito dos royalties.
Escriba. Decidida na noite de domingo a concessão aos Estados produtores, coube a Nelson Jobim (Defesa) redigir o artigo que mantém tal como está a partilha de receitas, deixando a mudança de regras para um outro projeto.
Telma & Louise. Bilhete passado pela ministra Dilma Rousseff à senadora Ideli Salvatti (PT-SC) ontem, na reunião do conselho político: "Este é um momento em que fica claro que vale a pena essa luta toda. Minha certeza de que o melhor de tudo é ter parceiras como você. Este é meu orgulho! Um abração!".
Sou você ontem. O Greenpeace, que ontem jogou pimenta na festa do pré-sal, tinha como blogueiro e diretor, até meses atrás, o jornalista Jorge Cordeiro. Ele agora coordena o Blog do Planalto, que estreou ontem.
Deixa rolar. Foi o general Gonçalves Dias, chefe da segurança da Presidência da República, que orientou a equipe a não encostar um dedo nos manifestantes do Greenpeace. Sua lógica foi a de que o constrangimento e a foto já eram fatos consumados. Um incidente de truculência só faria agravar o desgaste.
Pré-voto. Preparando terreno para a batalha do pré-sal no Congresso, o governo trata de acariciar a base. Será nomeado hoje Cesar Ribeiro Zani para a diretoria operacional de Furnas. Indicação do PSC, que tem 14 deputados e gravita na órbita do PMDB.
Já deu. Explicação de um aliado para o fato de José Sarney ter sido excluído do rol de discursos ontem: não bastasse a má fase do presidente do Senado, Edison Lobão (Minas e Energia) havia discursado. "O Maranhão já estava contemplado", diz o observador.
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