O Globo
Operação seria a maior do tipo já feita no país. Para participar, investidor em fundos FGTS terá de usar recursos próprios
Juliana Rangel, Flavia Barbosa, Gustavo Paul e Ramona Ordoñez RIO e BRASÍLIA.
A confirmação de que a Petrobras fará uma megacapitalização e as informações desencontradas ao longo do dia sobre como seria a operação fizeram as ações da companhia fecharem ontem na maior queda em quase seis meses na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Pela manhã, a Petrobras divulgou um fato relevante ao mercado em que apenas citou a operação, sem dar detalhes. Os papéis ordinários (com direito a voto) caíram 4,48%, e as preferenciais (sem direito a voto) caíram 3,59%. As ADRs, recibos de ações negociados nos Estados Unidos, despencaram 4,41%, na maior queda do setor.
A única informação sobre possíveis valores para a operação durante o dia foi imprecisa e coube ao líder do governo no Senado, Romero Jucá. Ele disse que a capitalização seria de US$ 50 bilhões, mas não explicou se essa seria a parcela da União ou o valor total do levantamento de capital Investidor não poderá usar FGTS na operação.
No fim da tarde, fontes do governo explicaram que essa capitalização seria equivalente aos cerca de 40% de participação da União no capital total da Petrobras (considerando os 32,21% da União e os 7,62% da BNDESPar). Pela Lei das SA, os demais acionistas têm o direito de fazer uma oferta na mesma proporção da sua participação.
Numa hipótese considerada improvável pelo governo, se todos os minoritários exercessem esse direito, a capitalização chegaria a cerca de US$ 125 bilhões. - É provavelmente a maior capitalização do mundo. Dependendo de como for feita, poderá diluir a fatia dos acionistas minoritários na companhia - disse Eduardo Roche, gerente de análises do Modal Asset.
Íntegra para assinantes www.oglobo.com.br