Na reunião marcada para essa terça-feira (1º), a CPI da Petrobras prossegue a investigação sobre os indícios de superfaturamento na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, Pernambuco, ouvindo o auditor de Finanças e Controle do Tribunal de Contas da União (TCU), André Delgado de Souza. Há denúncias de que a Petrobras descumpriu o prazo para entregar ao tribunal a documentação completa sobre as obras na refinaria. Os auditores sustentam que teria havido obstrução ao seu trabalho, já que, de um total de R$ 15,7 bilhões, a equipe do TCU teria tido acesso às planilhas de apenas R$ 3,9 bilhões do empreendimento.
Em depoimento no último dia 25, o gerente-geral de Implementação de Empreendimentos para a Refinaria de Pernambuco, Glauco Legatti, negou a existência de superfaturamento nas obras dessa refinaria. Mas não conseguiu explicar a razão pela qual o custo estimado dos investimentos, que inicialmente era de US$ 4 bilhões, saltou para cerca de US$ 12 bilhões, três vezes mais que o cálculo inicial.
Também serão ouvidos dois representantes da Pini Serviços de Engenharia - Mário Sérgio Pini e Luiz Raymundo Freire de Carvalho. A empresa desenvolveu um índice específico para acompanhar grandes obras de engenharia. O requerimento para ouvi-los é do relator Romero Jucá (PMDB-RR)com a justificativa de que o índice é "largamente adotado para o acompanhamento da inflação setorial, atualização de contratos e nas questões de avaliações e perícias de engenharia".
As obras da Refinaria Abreu e Lima - uma parceria entre a Petrobras e a PDVSA, estatal petrolífera da Venezuela, que até o momento não colocou qualquer recurso na construção - têm apenas 15% do projeto executado. A refinaria deve ser inaugurada em agosto de 2011.