sábado, 1 de agosto de 2009
Queima de 2 bilhões de reais
Lauro Jardim
O total de gás natural produzido e não utilizado pela Petrobras em junho foi de 9,2 milhões de metros cúbicos por dia. Parece muito, e é. Para que o leitor possa mensurar, seguem três informações relevantes. Primeiro, é quase o dobro de um ano atrás. Em segundo lugar, em dinheiro essa diferença significa um desperdício de cerca de 5 milhões de reais por dia - ou 2 bilhões de reais por ano. Finalmente, na Noruega, esse desperdício de gás é zero. E a Petrobras ainda paga royalties pelo gás que queima. Prejuízo para o acionista e para a União.
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TCU e MPF investigam uma dúzia de denúncias com foco direto ou indireto em Sarney
Marcelo Rocha
Ricardo Brito
Sem qualquer alarde, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu processo para apurar as suspeitas de desvio de recursos pagos pela Petrobras à Fundação José Sarney. Entre 2005 e setembro do ano passado, a entidade recebeu R$ 1,34 milhão da estatal para tocar projetos de preservação e recuperação de acervos bibliográficos e museológicos da entidade. A investigação iniciada pelo tribunal é uma das mais recentes de uma série de apurações oficiais que têm como foco direto ou indireto o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O Correio encontrou pelo menos 12 frentes de trabalho (veja quadro) abertas pelo TCU (1)e pelo Ministério Público Federal desde fevereiro, mês em que o peemedebista assumiu o comando da Casa com o discurso da conciliação e da austeridade.
O processo para investigar as contas da Fundação Sarney, que tem o presidente do Senado como patrono, está na 9ª Secretaria de Controle Externo do tribunal, responsável pelo Maranhão. O caso chegou a passar pelo gabinete do presidente do tribunal, Ubiratan Aguiar, mais ainda não tem ministro designado para relatá-lo. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, ao menos R$ 500 mil das verbas transferidas pela Petrobras à entidade teriam sido desviados para firmas fantasmas e empresas do senador eleito pelo Amapá. Coincidentemente, os procuradores da República no Maranhão, estado onde funciona a sede da fundação, já investigavam as denúncias. Sarney alega não ter responsabilidade pela entidade.
O TCU tem processo para apurar a evolução patrimonial do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia, acusado de ocultar mansão avaliada em R$ 5 milhões no Lago Sul. O servidor também entrou na mira do MPF, que tentou bloquear na Justiça, sem sucesso por enquanto, os bens do funcionário. No cardápio dos ministros do tribunal há espaço, ainda, para supostas irregularidades no pagamento de horas extras a servidores em pleno recesso parlamentar e na administração da folha de pagamento do Senado.
Leia mais Correio Braziliense
O desembarque de Lula
Palavras de políticos, em geral, são gêneros sabidamente perecíveis. Mas, na cena brasileira, nenhum deles se compara ao presidente Lula na sem-cerimônia com que nega hoje o que dizia ontem. Na sua defesa do presidente do Senado, José Sarney, ele atravessou todos os sinais de prudência. Proclamou, coroando a sua trajetória de acomodação a tudo que outrora condenava, que Sarney não pode ser tratado "como se fosse uma pessoa comum". Não menos espantosamente, advertiu o Ministério Público a pensar "na biografia de quem está sendo investigado" e, num daqueles arroubos de quase-lógica que trazem a sua marca, ensinou que "uma coisa é matar, outra coisa é roubar, outra coisa é pedir emprego, outra é fazer lobby".
Durante um mês e meio, em suma, assumiu de corpo e alma o patrocínio do oligarca acossado por acusações uma mais devastadora que a outra - e até por flagrantes de ações indecorosas. Incapaz de pressentir que o aliado desceria inexoravelmente a ladeira, interferiu às escâncaras nos assuntos internos do Senado, como se fosse uma extensão do Executivo, e não hesitou em usar o tacape para enquadrar a bancada petista, favorável a que Sarney se licencie do cargo, culminando com a desqualificação ostensiva do seu líder Aloizio Mercadante. Mas, quando finalmente caiu a ficha de que perdeu a parada, desembarcou com os mesmos estrépito e desrespeito pela memória do público que já lhe serviram para se desvencilhar de companheiros caídos em desgraça, como os ministros José Dirceu e Antonio Palocci.
"Não é problema meu", afirmou numa entrevista, na quinta-feira, a uma pergunta sobre o destino do político a que se atrelara para não correr riscos na CPI da Petrobrás, controlar a agenda de votações no Senado e trazer o PMDB inteiro à candidatura Dilma Rousseff. "Não votei no presidente Sarney para ser presidente do Senado. Nem votei nele para ser senador no Maranhão", reiterou, no limite da deselegância (e confundindo o Estado com o Amapá). "Então, quem tem que decidir se o presidente Sarney tem de ficar na presidência do Senado é o Senado, não eu." Naturalmente, ele não tem a mais remota intenção de acompanhar a distância os desdobramentos da crise e o inevitável afastamento de Sarney. Nenhum outro presidente, no seu lugar, se omitiria. Mas outros talvez não mentissem com tanta desfaçatez sobre as suas intenções.
Leia o editorial em Opinião
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Interferência de Lula na crise do Senado foi a mesma da CPI
"A falta de solidariedade política do presidente é inadmissível, mas é usual. Não é a primeira vez, há vários outros exemplos, e não será a última", lamenta o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
O senador Álvaro Dias (PR), também membro da CPI da Petrobras, lembra que o grau de interferência de Lula na crise do Senado e na defesa de Sarney foi o mesmo que o governo federal praticou contra a instalação CPI.
Segundo o autor do requerimento para criar a Comissão, ao tirar o apoio a Sarney, Lula agiu com vistas apenas aos seus interesses e às eleições de 2010. "O presidente, orientado por pesquisas de opinião pública, recuou e diz agora que crise é problema do Senado. Ele interferiu indevidamente, agora cede", destaca Dias.
Recuo
A declaração de Lula, na quinta-feira (31.07), foi feita pouco tempo depois de dizer que Sarney não poderia ser tratado como uma pessoa comum e que deveria ter uma biografia respeitada.
"Não é um problema meu (a permanência de Sarney). Eu não votei para eleger Sarney presidente do Senado, nem votei para senador no Maranhão”, disse o presidente. Esquecendo que, embora maranhense, Sarney foi eleito pelo Amapá.
Para o líder do PSDB no Senado, Artur Virgílio (AM), o movimento de afastamento de Sarney é uma ação típica de Lula. "É do estilo dele. Resolveu ficar com a sua popularidade e largou o homem ao mar”, criticou.
O senador Tasso Jereissati (CE) também condena a ação do presidente no Senado. “A crise poderia estar resolvida se não fosse a interferência quase que autoritária do Lula junto ao PT, quando parecia que o próprio presidente Sarney estava, há dois meses, disposto a sair. Naquela oportunidade o próprio presidente Lula deu uma enquadrada no PT.”
Na Câmara dos Deputados, segundo a avaliação do líder da bancada, deputado José Aníbal (SP), a atitude de Lula “dá uma excelente oportunidade para o PMDB reavaliar sua aliança com o governo federal”. Para o líder, “até pouco tempo atrás o presidente rugia na defesa de Sarney, agora apenas mia, como um gatinho”.
Governo quer dissociar Sarney da CPI da Petrobras
Mar de patrocínios
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Patrocínios da Eletrobrás à família Sarney também apresentam problemas
Mas, auditores do Ministério da Cultura perceberam que parte dos gastos declarados não confere com os extratos bancários da entidade. Além disso, pelo menos R$ 116 mil - o equivalente a 52% do dinheiro captado - foram parar em contas de outras empresas ligadas à família Sarney.
O processo do Instituto Mirante se arrasta desde 2005, quando a ong foi autorizada a captar R$ 4,32 milhões em dinheiro de renúncia fiscal, conforme mostra o jornal O Globo.
Esta é a segunda entidade ligada à familia a apresentar problemas em aplicações de recursos oriundos de empresas estatais. A primeira foi a Fundação José Sarney, que tem como presidente vitalício o próprio patriarca.
As contas da instituição foram reprovadas pelo Ministério Público por suspeita de desvio de recursos destinados à recuperação do acervo da Fundação. Essa suspeita inclusive, é parte das três representações que o PSDB fez, no último dia 28, ao Conselho de Ética do Senado.
Leia mais http://www.oglobo.com.br/
http://www.psdb.org.br/
NOSSOS LEITORES: "PETROBRAS DEMITE INDEVIDAMENTE"
Neste último dia 29/05, por uma ordem da Petrobras, 40 funcionários foram demitidos indevidamente da Alvo Distribuidora de Combustíveis, empresa esta criada para assumir os ativos da Ipiranga na Região Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Todos estes funcionários eram da Ipiranga e a alegação da Petrobras é que não poderiam ser absorvidos.
A demissão foi decidida em um dia e a demissão no outro. Não tinhamos nenhum rumor de acontecer demissões, pelo contrário, todos os demitidos já estavam bem designados para os cargos dentro da BR. As demissões ocorreram após o anúncio da criação da CPI da Petrobras, eles mandaram embora pra tentar esconder alguma coisa.
A única justificativa para a demissão foi de que não precisavam dos funcionarios, mas no meu caso, eu ia ser transferido de cidade, outros já haviam sido transferidos, com esposas pedindo demissão na cidade para ir com o marido para aonde ele foi transferido.
Foram promessas não cumpridas, eles nos iludiram com mensagens, emails e reuniões, e na hora H, mandam-nos embora, como se fossemos cachorros no meio da rua. Uma verdadeira humilhação profissional. Estou disposto a dar mais esclarecimentos se for o caso. Nos ajude. Obrigado
Memória da CPI: Petrobras teria sérios problemas de liquidez
Perigo à vista para o futuro do pré-sal
O pré-sal e a lei
Promotoria reprova conta da Fundação Sarney
MP pede na Justiça R$ 100 milhões à Petrobras por suposto assédio coletivo
Estatal nega prática de assédio moral a empregados na Bahia.
A ação foi devidamente contestada, informou empresa.
Mariana Oliveira
Do G1,
O Ministério Público do Trabalho na Bahia pede multa de R$ 100 milhões para a Petrobras por suposta prática de assédio moral coletivo em uma ação civil pública em tramitação na Justiça do Trabalho de Salvador. Por meio da assessoria, a estatal negou a ocorrência de casos de assédio em unidade da empresa na Bahia.
O MP ingressou com a ação em abril, depois de um ano e meio de investigações. No último dia 15, foi realizada a primeira audiência do processo. De acordo com a assessoria da Justiça do Trabalho da Bahia, o processo continua em tramitação, mas não há definição sobre a data da próxima audiência.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
BNDES vai repassar R$ 25 bilhões para a Petrobras
AINDA A INTIMIDAÇÃO DO JORNALISMO
Ministério Público reprova contas da Fundação Sarney e decide intervir
Petrobras admite que pré-sal não tem 100% de sucesso exploratório
Valor Econômico/Online
A Petrobras admitiu em nota que os poços perfurados no pré-sal brasileiro não tiveram 100% de sucesso exploratório. De acordo com nota divulgada pela empresa, a taxa de sucesso para a presença de hidrocarbonetos foi de 87% para 30 poços perfurados na região, enquanto 100% de sucesso acontece apenas quando são consideradas as 11 perfurações feitas pela companhia no pré-sal da Bacia de Santos.
Clique aqui para ler na íntegra
BNDES assina com Petrobras seu maior financiamento na 5a feira
Agência Reuters/Brasil Online
O maior empréstimo já feito pelo banco será utilizado nas necessidades deste ano do Plano de Negócios da estatal, que no período 2009-2013 prevê investimentos de 174,4 bilhões de dólares.
A empresa conta ainda com mais 10 bilhões de dólares do BNDES no ano que vem.
(Por Denise Luna)
terça-feira, 28 de julho de 2009
Petrobras retoma conversas para parceria com PDVSA em refinaria
Memória da CPI: É preciso mostrar seriedade
Petrobras precisa conter oba-oba do pré-sal
Protemp atua na comunicação da Petrobras
No pré-sal, 32% dos poços abertos são pouco viáveis
CPI: oposição quer dados de MP e TCU sobre Petrobras
Petrobras fecha acordo com consórcio para obras no Comperj
A TENTATIVA DE ENQUADRAR A IMPRENSA E DE SILENCIAR OS REPÓRTERES. QUE ELES RESISTAM A UM CERCO INÉDITO EM PERÍODO DEMOCRÁTICO
Queridos,
Segue um texto longo, longo mesmo. Mas peço que vocês leiam porque se trata da exposição de um método. Demonstro o modo como o oficialismo está tentando calar a imprensa. Com ele, também presto uma homenagem aos repórteres que honram a sua profissão.*
Há um movimento organizado para desacreditar o jornalismo e intimidar os jornalistas, especialmente os repórteres. Não se trata de nenhuma teoria conspiratória, com personagens secretas a se mover nas sombras. Eu nunca lido com isso. Meus “fantasmas” sempre são de carne e osso. O comandante da operação é até bem conhecido. Chama-se Franklin Martins, ministro da Comunicação Social e responsável último tanto pela área de comunicação propriamente dita como pela distribuição da verba publicitária do governo e de estatais. A manifestação mais visível e virulenta dessa ação é o tal blog da Petrobras. Ele é o melhor exemplo do que pode ser descrito como um método.
Blogueiros a serviço do oficialismo se encarregam, depois, de tentar difamar na rede os veículos da grande imprensa. Muitos deles já passaram por jornais, TVs ou revistas importantes e usam esse passado como prova de autoridade.
Leia o comentário completo http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Memória da CPI: Inversão de valores
Por CPI, Lula mantém aval a peemedebista
Petrobras paga R$ 203 mi a empresa devedora da União
Comissão quer Petrobrás em todas as áreas do pré-sal
domingo, 26 de julho de 2009
Em 2007, Geovane de Morais controlou R$ 31 milhões
O requerimento do vice-líder do PSDB no Senado- e autor do documento que criou a CPI, tomou por base notícias divulgadas na mídia sobre duas empresas produtoras de vídeo que receberam R$ 4 bilhões da Petrobras em 2008, sem licitação, em projetos autorizados por Morais. O funcionário licenciado é ligado ao movimento sindical de químicos e petroleiros do estado da Bahia e era o gerente de Comunicação da Área de Abastecimento, com responsabilidade sobre o orçamento, em 2007, de R$ 31 milhões.
Superfaturamento de R$ 94 milhões
Indícios de superfaturamento na construção da Refinaria do Nordeste (Abreu e Lima), em Pernambuco, também são objeto de investigação pela CPI da Petrobras.
De acordo com o pedido encaminhado à secretaria da CPI, os negócios da Petrobras com plataformas e refinarias envolvem cifras bilionárias e vêm sendo alvo de denúncias de irregularidades por parte dos órgãos de controle, como o TCU. Em relatório aprovado no dia 8 de abril de 2008, o TCU estimou que o superfaturamento na construção da Refinaria Abreu e Lima tenha atingido R$ 94 milhões. A Refinaria está orçada em mais de R$ 10 bilhões.
R$ 190 milhões para 5 anos
Valdir Lima Carreiro e Laudezir Carvalho Azevedo, diretores da empresa Iesa Óleo e Gás, investigada na operação Águas Profundas, da Polícia Federal, devem prestar esclarecimentos à CPI da Petrobras. Ambos foram citados em requerimento encaminhado à secretaria da CPI.
Conforme o documento, a empresa Iesa- que é acusada de integrar esquema de fraudes em licitações da Petrobras, mantém um contrato milionário com a estatal, firmado após o surgimento das denúncias. A Iesa também ganhou a concorrência para a construção da plataforma P-63. Especializada em construção e reparo de plataformas, a empresa assinou em julho de 2008 um contrato de cinco anos no valor de R$ 190 milhões com a Petrobras, mesmo com seus diretores respondendo a processo criminal.
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