O Globo
Com pré-sal, país pode entrar para clube dos grandes poluidores do mundo Liana Melo Mesmo que o governo conseguisse zerar as queimadas e o desmatamento, o poder de poluição da exploração do petróleo na camada do pré-sal faria o país entrar para o clube dos maiores poluidores do mundo. Cálculos do Greenpeace indicam que, se o Brasil vier a usar todas as reservas estimadas do pré-sal, o país passará a emitir anualmente mais 1,3 bilhão de toneladas de gás carbônico (CO2).
Foi só na última hora que o governo cedeu às pressões do Ministério do Meio Ambiente e incluiu no Fundo Social uma conta para investimentos ambientais. Mas a decisão não acalmou os ambientalistas, que, mesmo não tendo sido convidados para a cerimônia de lançamento do marco regulatório do pré-sal, invadiram a festa.
Enquanto o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), falava, três militantes do Greenpeace subiram ao palco e abriram uma faixa amarela, onde se lia a frase "Pré-sal e poluição: não dá prá falar de um, sem falar do outro". - Num mundo que se enfrenta uma crise climática sem precedentes, seria normal que o governo estivesse trabalhando duro na busca de soluções para reduzir os impactos ambientais do pré-sal - critica o diretor do Greenpeace, Sérgio Leitão, comentando que a decisão de apostar na Captura e Armazenamento em Carbono (CCS, sigla em inglês) é retórica, já que a tecnologia ainda é "experimental".
O superintendente da WWF Brasil, Carlos Scaramuzza, acredita que o entusiasmo com o pré-sal denota uma visão desenvolvimentista que vai na contramão de uma economia de baixo carbono.
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