O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) lamentou a ausência, na CPI, dos representantes da Pini Serviços de Engenharia, empresa responsável por ter avalizado o aumento na planilha de custos da obra da refinaria Abreu e Lima, realizada pela Petrobras em parceria com a venezuelana PDVSA, em Pernambuco. "Para quem não sabe a Pini é a empresa que calculou os custos da obra do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, construção emblemática da corrupção no Brasil", disse o senador.
Ele disse que o trabalho da Pini não poderia ter sido feito de forma "independente e isenta", como alega a Petrobras. A empresa de consultoria foi contratada pela Petrobras para analisar o aumento nos custos da obra, na tentativa de justificá-los.
O valor desviado na obra do TRT paulista, no bairro da Barra Funda, na capital, foi de R$ 570 milhões. O caso, do final da década passada, virou uma CPI no Senado e levou à prisão do juiz Nicolau dos Santos Neto e na cassação do mandato do senador Luis Estevão.
A obra da refinaria Abreu e Lima foi auditada duas vezes pelo TCU. O órgão apontou superfaturamento e sobrepreços nos serviços de terraplanagem e irregularidades também no processo licitatório que contratou o consórcio vencedor da concorrência, liderado pelas empresas Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Norberto Odebrecht.
Eram esperados para depor hoje, além dos auditores do TCU, o diretor da Pini Serviços de Engenharia, Mario Sergio Pini e Luiz Raymundo Freire de Carvalho, consultor da empresa. A CPI vai remarcar os depoimentos para a terça-feira, 08 de setembro.