sábado, 25 de julho de 2009

A CPI deve ser encarada como uma auditoria na contas da Petrobras

A oposição sabe que os argumentos empregados pelo governo para protelar a CPI da Petrobras são insustentáveis, o mesmo pensa o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Adriano Pires, D.Sc. em Economia Industrial pela Universidade de Paris XIII (1988) e economista pela UFRJ (1981), ex-assessor do Diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e também ex-superintendente da instituição nas áreas de Importação, Exportação e Abastecimento. Adriano Pires é fundador do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE) e consultor no mercado de emergia e petróleo.

Acompanhe o que disse o especialista em entrevista ao blog:

Blog- Existe alguma verdade nos argumentos do governo?

AP- Não existe nenhuma verdade. Ao contrário, a CPI tem de ser vista como uma espécie de auditoria nas contas e na política da Petrobras. Portanto, os resultados da CPI só vão valorizar a empresa e dar maior segurança aos investidores. A CPI, se bem conduzida, pode ajudar a dar início a uma gestão com um maior cunho técnico do que político na Petrobras. Blog- Identificar que a empresa opera com empresas que têm endereço em canis, que financia festas juninas, que não investiga a real destinação do seu patrocínio são fatos que precisam ser apurados.

Blog- Qual a sua opinião sobre as notícias divulgadas pela imprensa sobre a Petrobras?

AP- Num regime democrático e se tratando de uma empresa estatal é um direito de todo cidadão ter o conhecimento claro de como os gestores atuais da Petrobras usam os recursos que no limite pertencem a população brasileira. Tudo deve ser apurado.

Blog- O investidor do mercado de petróleo é, por tradição, esclarecido, bem informado e que não age no curto prazo das disputas políticas. Uma CPI para investigar a Petrobras afetaria o interesse destes investidores em relação ao Brasil?

Não existe qualquer correlação entre a CPI e o apetite dos investidores. O que afeta o apetite são as mudanças que o governo promete fazer na atual legislação do petróleo. Isso porque parece que a idéia do governo é abandonar um modelo de uma maior liberdade de mercado e total transparência para um outro com um grande grau de intervencionismo e pouca transparência.

Uma gota no oceano...

Revista Veja

...é o que representam os valores suspeitos no gigantesco montante gasto pela Petrobras. Mas nem por isso eles devem ser menosprezados

Por qualquer ângulo que se olhe, a Petrobras é um colosso. Emprega 55 000 pessoas, investe 150 milhões de reais por dia e mantém operações em 23 países. Com 280 bilhões de reais de faturamento, é a 34ª maior companhia do mundo. Como qualquer empresa desse porte, sobretudo estatais, está sujeita a sofrer com desvios financeiros. Na última edição de VEJA, o colunista Diogo Mainardi começou a jogar luz sobre um desses casos: a diretoria de abastecimento da Petrobras havia contratado duas empresas - a R.A. Brandão e a Guanumbi Promoções - para realizar mais de uma centena de pequenos serviços, sem licitação, ao custo de 8,2 milhões de reais. A R.A. e a Guanumbi pertencem à mesma pessoa, Raphael de Almeida Brandão, e estão registradas em um único endereço, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

A Petrobras se apressou em negar irregularidades, mas informou que o funcionário responsável pelos pagamentos havia sido demitido por justa causa. O caso esquentou. O jornal O Globo descobriu que Raphael de Almeida Brandão tem em seu nome uma terceira empresa, a Sibemol, que também recebeu 120 000 reais da Petrobras, mas está registrada em um endereço-fantasma, onde funciona um canil. Na quinta-feira, a estatal admitiu que, entre 2003 e 2009, as três empresas suspeitas foram contratadas 268 vezes e embolsaram 11,6 milhões de reais. Há indícios de que parte dos serviços não foi realizada. O responsável pelos repasses, Geovane de Morais, tornou-se alvo de sindicância por ordenar despesas de 120 milhões de reais sem autorização de seus superiores.

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Petrobras suspende contrato de obras no Comperj

Agência Estado

Kelly Lima

RIO - A Petrobras informou que suspendeu o contrato de trabalhadores que atuavam nas obras de terraplenagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), acatando recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo nota à imprensa, a estatal afirma que o TCU, ao fazer uma análise global do preço, constatou que o contrato apresenta vantagens em comparação aos preços de referência do órgão de controle (Sistema de Custos Referenciais de Obras Rodoviárias - SICRO 2 - utilizado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT). O superfaturamento já havia sido divulgado anteriormente e a Petrobras respondeu ao mercado alegando que as obras de terraplenagem de uma refinaria não poderiam ser comparadas às de uma rodovia, por serem mais complexas.

Segundo a nota enviada à imprensa desta vez, a empresa lembra que existe uma discordância de interpretação referente à metodologia aplicada para apuração do ressarcimento dos custos relativos às paralisações devido a ocorrências de descargas atmosféricas (raios), chuvas e suas consequências.

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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Em 2007, Geovane de Morais controlou R$ 31 milhões

O terceiro requerimento apresentado à secretaria da CPI da Petrobras pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) pede a convocação do funcionário licenciado da estatal Geovane de Morais, bem como cópia integral do processo de sindicância interna, e seu relatório final, que resultou na recomendação de sua demissão por justa causa.

O requerimento do vice-líder do PSDB no Senado- e autor do requerimento que criou a CPI, tomou por base notícias divulgadas na mídia sobre duas empresas produtoras de vídeo que receberam R$ 4 bilhões da Petrobras em 2008, sem licitação, em projetos autorizados por Morais. O funcionário licenciado é ligado ao movimento sindical de químicos e petroleiros do estado da Bahia e era o gerente de Comunicação da Área de Abastecimento, com responsabilidade sobre o orçamento, em 2007, de R$ 31 milhões.


Obra do complexo da Petrobras em Itaboraí está parada

G1

Tribunal de Contas da União questiona preços do contrato. Segundo a estatal, acordo já está sendo feito.

Uma grande obra da Petrobras em Itaboraí, na Região Metropolitana, a construção do complexo petroquímico do Rio de Janeiro, está parada desde quarta-feira (22).

O complexo é considerado o maior projeto industrial dos últimos anos do país.

O Tribunal de Contas da União questionou o preço dos contratos. O problema estaria em uma cláusula que prevê o pagamento dos serviços mesmo em épocas de chuva, quando não há obras. A Petrobras informou que a quantidade de chuva este ano foi maior do que o esperado.

Nossos Leitores:

On Jul 24, 2009, A. Lima wrote:

Muito interessante a mensagem do Sr. Nobre, funcionario concursado daPetrobras. Seria otimo que mais funcionarios se aprensentassem com denuncias e principalmente provas do que acontece dentro da empresa., as coisas ficariam muito mais faceis para a CPI e tambem para a Policia! So tem uma coisa, muito importante por sinal, que nao concordo com Sr. Nobre: os maiores prejudicados pela "farra" na Petrobras somos todos nos brasileiros e nao somente os funcionarios. A Petrobras sempre cuidou muito bem de seus funcionatios: e' so comparar os beneficios e salarios pagos pela estatal com o que paga a grande maioria das empresas da iniciativa privada e veremos a diferenca. Vamos ser justos aqui, a Petrobras sempre foi uma mae para seus funcionarios, e agora e' tambem a super-mae do PT e seus aliados. Precisamos de um setor publico transparente, eficiente e barato! O Brasil, nao aguenta mais carregar governos e empresas estatais cheias de beneficios gordos, salarios absurdamente acima da media nacional e ainda contaminados pela corrupcao. Senadores, hora de limpar a casa!

Nossos Leitores:

On Jul 24, 2009, Nobre wrote:

Meus Caros, sou funcionário concursado, por isso não posso me identificar. A grande farra hoje está nos contratos de terceirização de mão de obra. Investiguem e vão descobrir muita coisa. São milhares de parentes e amigos dos sindicalistas que, como vocês já sabem, hoje assumem quase todos os cargos de gerência na Companhia, muitos sem nenhuma competência para tais funções. Terceirizados recebendo salários muito superiores aos concursados. Terceirizados sem nenhuma responsabilidade, muitos sem nada a fazer. Terceirizados atuando como fiscais de grandes contratos da Engenharia. Terceirizados fiscalizando terceirizados (???). Terceirizados passando de um contrato para outro, com ganhos salariais expressivos. fraudes e mais fraudes para "empregar"os parentes e amigos. Hoje, sem nenhuma dúvida, a Petrobras é o maior cabide de empregos da Brasil. Quem paga a conta: o Petroleiroconcursado, honesto, técnico, trabalhador, desvinculado desta farra política, cujos salários e benefícios estão cada vez mais arrochados. Investiguem e atuem, por favor !!! Precisamos acabar com esta farra !!!

On Jul 24, 2009, Pereira Filho wrote:

Dilma Vana Roussef é a presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Dai, entende-se porque o PT jamais quis a CPI... Basta ler qualquer jornal sério e comprometido com a verdade pra descobrir (e que pode ser provado, já que é público) que são os mais altos salários da história da Estatal, os recebidos por diretores petistas contribuintes de "carteirinha". Média de R$60.000,00 mensais fora mordomias...

Impasse em obra da Petrobras põe 3,7 mil funcionários em aviso prévio no Rio

G1

Desacordo sobre pagamento da terraplenagem causou as demissões.

Empresa negocia com empreiteiras e diz querer reverter os cortes.

Um desacordo entre a Petrobras e empreiteiras responsáveis pela construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), no município de Itaboraí, pode causar cerca de 3,7 mil demissões de funcionários que trabalham na obra.

De acordo com a assessoria de imprensa da Petrobras, os 3,7 mil funcionários foram colocados em aviso prévio nesta quarta-feira (22). Segundo a companhia, entretanto, a situação pode ser revertida, pois as negociações com as empreiteiras estão em andamento. A obra está incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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Petrobras: advogado de Rafael Brandão admite terceirização

O Globo

RIO - O advogado das três empresas dos Almeida Brandão - que juntas fizeram convênios de R$ 12,5 milhões com a Petrobras só no ano passado - afirmou nesta quinta que pelo menos uma das firmas pode ter terceirizado os serviços prestados à companhia ou a qualquer outra empresa. Segundo Hariman Araújo, a Sibemol, a Guanumbi e a R.A.Brandão funcionam no mesmo endereço, na praça Olegário Maciel, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, local visitado pelo GLOBO quarta-feira. Telma Almeida Brandão e seus filhos, Raphael e Luiz Felipe, trabalham no local, segundo o advogado, mas não têm ido porque estão abalados com o noticiário em torno das três empresas. (Leia mais: CPI da Petrobras analisa repasses a duas empresas que tiveram receberam R$ 5,8 milhões da estatal)

Nos endereços declarados à Receita Federal, as empresas não existem. A Guanumbi e a R.A. Brandão, segundo a Receita, deveriam funcionar em uma casa residencial em Jacarepaguá. Já no endereço da Sibemol existe um canil, como mostrou reportagem do GLOBO na última terça-feira.

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Petrobras enfrenta incertezas políticas, diz 'Economist'

BBC Brasil

A Petrobras está buscando apoio na mídia internacional. Hoje a estatal é notícia na revista The Economist, ontem foi no jornal Financial Times. Sem conseguir convencer a imprensa nacional, que está investigando a fundo e publicando todas as denúncias de irregularidades já apontadas em investigações da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU), a estatal- com o apoio do governo Lula, parte para uma estratégia de convencimento no exterior. Abaixo, o texto:

A Petrobras é a mais ambiciosa empresa petrolífera do mundo, diz a revista

A Petrobras enfrenta incertezas políticas, apesar das vastas reservas e sucesso comercial, afirma uma matéria publicada na edição desta sexta-feira da revista britânica The Economist.

Intitulada Oil and Revolution ("Petróleo e Revolução", em tradução literal), a matéria classifica a Petrobras como a "mais ambiciosa companhia petrolífera do mundo" e afirma que as conexões políticas são essenciais para a empresa.

Segundo a revista, a Petrobras enfrenta atualmente duas incertezas na área política: a investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e o marco regulatório para a exploração da camada do pré-sal.

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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Funcionário da Petrobras e presidente de Fundação no foco da CPI

O jornal O Globo de hoje publicou reportagem sobre Geovane de Morais, ex-gerente de Abastecimento da Petrobras na Bahia. A estatal diz que ele foi demitido por justa causa, mas o funcionário está é em licença médica. Morais é acusado de estourar o teto orçamentário de sua gerência com contratos suspeitos. Uma das instituições que acusa Morais é o Sindicato dos Telefônicos da Bahia.

Também é do estado da Bahia Maria das Graças Sena, ex-presidente do PT em Cruz das Almas e presidente da Fundação Galeno D’Alvelírio. O requerimento Nº 37/09, assinado pelo senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA), pede que Maria das Graças seja chamada a prestar esclarecimentos à CPI sobre o recebimento, em 2008, de R$ 2,96 milhões para realizar festejos juninos em 44 municípios baianos. A verba foi repassada para a Associação de Apoio e Assessoria a Organizações Sociais do Nordeste (AANOR) e para a Fundação Galeno D’Alvelírio. O mesmo documento também pede esclarecimento sobre o montante de R$ 800 mil repassados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) para a realização de dois eventos, além de explicações sobre o recurso destinado ao Projeto Buscando a Cidadania, de qualificação de jovens. Em 2008, o Projeto recebeu R$ 1,2 milhão e não ofereceu curso algum.

A CPI da Petrobras já reúne 84 requerimentos distribuídos em 314 páginas . A CPI ainda aguarda a elaboração de um Plano de Trabalho, que deve ser aprovado pelo colegiado. Do total de requerimentos, 28 foram encaminhados pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), 52 pelo senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA) e quatro pelo petista João Pedro (AM).



Os fiéis escudeiros de Lula

Em vídeo, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) comenta a instalação da CPI da Petrobras, a partir de requerimento de sua autoria. Para o vice-líder do PSDB no Senado, a base do governo manobrou o quanto pode para impedir a comissão, mas não conseguiu. Apesar do governo ter a presidência e a relatoria da CPI, onde indicou “fiéis escudeiros”, o senador tem certeza que a oposição conseguirá atuar em defesa da estatal, desconstruindo o aparelhamento que foi montado dentro da empresa.


Nossos Leitores:

On Jul 23, 2009, Antonio Freitas wrote:

Sugestão: O Brasil é maior do que a Petrobras, então no lay out do blog o nome deveria está escrito em caixa alta BRASIL e não BRasil, vamos enrriquecer mais o blog da CPI da Petrobras. O nome da nossa empresa é PETROBRAS dos brasileiros e não PTBRAS DO PT, CPI NELLES.

Petrobras anunciou demissão, mas Geovane de Morais está apenas licenciado

O Globo

RIO - No Sindicato dos Telefônicos da Bahia, a menção do nome de Geovane de Morais, ex-gerente de Abastecimento da Petrobras, causa calafrios. Ele está, há dez anos, na mira da entidade por envolvimento em suposto golpe aplicado em centenas de funcionários da antiga Telemar. O mesmo Geovane, agora, pode ser demitido por justa causa da Petrobras, por estourar o teto orçamentário de sua gerência com contratos suspeitos - embora a empresa tenha anunciado a demissão, ele só está afastado por licença médica.

Ex-diretora de Saúde do Sindicato, Edla Gonçalves Rios disse que a entidade, no fim dos anos 90, denunciou Geovane e o médico Roberto Charles Góes ao Ministério Público e à Polícia Federal por ludibriar funcionários da Telemar Norte Leste afastados por problemas médicos.

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PETROBRAS: Central única dos altos salários

Correio Braziliense

Ex-sindicalistas, que antes faziam greves em favor dos petroleiros, ocupam hoje cargos de gerência na empresa e recebem vencimentos mensais de R$ 40 mil em média

Amaury Ribeiro Jr.

Durante mais de 20 anos, um grupo de sindicalistas da Petrobras, ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), não hesitava em promover greves, fazer piquetes nas portas de refinarias ou até mesmo enfrentar a polícia durante as campanhas por melhores salários. Desde 2003, quando o PT assumiu o governo, o problema de salário não existe mais para esse núcleo de ex-petroleiros. Documentos obtidos pelo Correio/Estado de Minas comprovam que um grupo de pelo menos 20 ex-sindicalistas passou a receber da Petrobras e de empresas subsidiárias um salário médio de R$ 40 mil — incluindo participação nos lucros da empresa.

Esse valor corresponde a 45 pisos mínimos salariais da categoria, que está hoje em torno de R$ 1 mil. Os vencimentos dos novos dirigentes da estatal, que variam de R$ 30 a R$ 60 mil, também estão bem acima do piso de R$ 3 mil dos funcionários da empresa com nível superior.

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PF vê lobby de ex-ministro na Petrobras

Folha de S. Paulo

Inquérito diz que Silas Rondeau, atual conselheiro da estatal, pratica tráfico de influência para favorecer grupo de filho de Sarney

Relatório da Operação Boi Barrica cita Rondeau como sócio oculto de empresa que presta consultoria para projetos privados de energia

HUDSON CORRÊA

FERNANDA ODILLA

LEONARDO SOUZA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Houve tráfico de influência do ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau na Petrobras, segundo a Polícia Federal. A apuração faz parte do inquérito da Operação Boi Barrica, cujo alvo principal é o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Integrante do Conselho de Administração da Petrobras, Rondeau, segundo a PF, "exerce grande influência" na estatal para "beneficiar os negócios do grupo" de Fernando.

Aliado de Sarney, Rondeau deixou o ministério em maio de 2007, acusado de envolvimento com fraudes da empreiteira Gautama. Desde então, tem se dedicado a prestar consultorias para empresas que atuam na área de energia, entre elas a eólica -setor que a Petrobras deve ampliar os investimentos.

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CPI da Petrobras analisa repasses a duas empresas que receberam R$ 5,8 milhões da estatal

O Globo

BRASÍLIA e RIO - A exemplo das firmas registradas em nome de Telma de Almeida Brandão e seus filhos Raphael e Luiz Felipe - que receberam R$ 12,4 milhões no total -, outras duas empresas receberam R$ 5,8 milhões da Petrobras a título de pagamento por serviços variados, que vão de aluguel de TVs de plasma ao apoio ao "evento da laranja" em Tanguá. A CPI da Petrobras vai analisar os repasses, que beneficiaram a R.A. Silva Cabral Produções Artísticas e a M. de A. Caldas Promoções e Eventos.

É o que mostra reportagem de Bernardo Mello Franco, Chico Otávio e Maiá Menezes na edição desta quinta em O GLOBO.

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Petrobras suspende obra no Rio

Blog da Denise

A bancada de deputados federais do Rio de Janeiro está de orelha em pé com a informação de que a Petrobras suspendeu temporariamente as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), um megaprojeto de US$ 8 bilhões.

Inicialmente, a suspensão das obras está diretamente relacionada a uma questão financeira, ou seja, tudo foi previsto com o barril de petróleo na faixa de US$ 100 e hoje está na casa dos US$ 60. A resultante final dessa redução é a falta de recursos para tocar um caminhão de projetos ao mesmo tempo.

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quarta-feira, 22 de julho de 2009

NOSSOS LEITORES:

Um nome começa a se repetir nos e-mails recebidos por meio do Blog Conosco - Denuncie: Fernando Soares. Também conhecido como "Baianinho", segundo nossos leitores.

84 requerimentos somam 314 páginas

Criada no dia 13 de maio, e de fato instalada dois meses depois, em 14 de julho - graças as manobras de protelação adotadas pela base do governo, a CPI da Petrobras já reúne 84 requerimentos apresentados em 314 páginas . A CPI ainda aguarda a elaboração de um Plano de Trabalho, que deve ser aprovado pelo colegiado. Do total de requerimentos, 28 foram encaminhados pelo senador Álvaro Dias, 52 pelo senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA) e quatro pelo petista João Pedro.

Dia seis de agosto, quinta-feira, às 10 horas, os senadores que integram a CPI da Petrobras terão sua primeira reunião de trabalho. Formada por 11 senadores, sendo três da oposição e oito governistas, a CPI requerida pelo vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), luta para não ser chapa-branca. Para fazer frente às manobras do governo, a oposição encaminhará ao Ministério Público (MP) e ao Tribunal de Contas da União (TCU) todos os indícios que reunir sobre irregularidades administrativas na estatal. A estratégia é burlar o provável “indeferido” do presidente da CPI, o suplente do PT João Pedro (AM), ou do relator, o ex-ministro da Previdência Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado.

Bancários e Agraporto

Entre os requerimentos de autoria de Álvaro Dias, o blog destaca dois. Um que solicita copia de documentos do TCU e da Polícia Federal sobre irregularidades nos contratos de construção de plataformas de exploração de petróleo, apontados na operação “Águas Profundas”. Outro, pede que sejam convidados para prestarem esclarecimentos na CPI os promotores de Justiça João Guimarães Jr. e José Carlos Blat, do Ministério Público do Estado de São Paulo, sobre denúncias de doações irregulares da empresa Petrobras à Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop).

Entre os 52 requerimentos encaminhados pelo senador Antônio Carlos, o blog selecionou um, sobre a empresa Angraporto. Constituída em 2003, a empresa tinha a específica finalidade de participar de licitações promovidas pela Petrobras. Embora criada após o início do processo de licitação para a reforma da plataforma P-22, acabou ganhando o certame e ainda levou as licitações para as reformas da P-10 e da P-14, serviços que custaram R$ 150 milhões, de acordo com o Ministério Público.

Clique aqui para conhecer todos os requerimentos

Memória da CPI: O que há de comum entre a CPI do Apagão Aéreo e a da Petrobras?

“Fiz uma CPI, quando entrei aqui: a CPI do Apagão Aéreo. Caía avião brincando. Mortes e mortes. Passamos cinco meses apurando as irregularidades. Encontramos enormes irregularidades, preocupações em cima de preocupações. Sabem o que aconteceu? O rolo compressor do governo Lula passou em cima de cada um de nós: pegaram a CPI, jogaram-na no lixo. Mas nós mostramos à Nação! A cada dia que passava, nós mostrávamos à Nação! Está aí: corrigiram os erros. Está aí a população brasileira, agora, andando tranquilamente nos aviões. Será que, se nós não tivéssemos feito aquilo, teriam corrigido?”

Senador Mário Couto (PSDB-PA) em pronunciamento no dia 19 de maio de 2009 ao fazer uma comparação entre a CPI da Petrobras e a CPI do Apagão Aéreo, de 2007.

Nossos Leitores:

On Jul 22, 2009, jose flavio coutinho wrote:
MUITO BEM, O PSDB RECEBE A PETROBRÁS DE VOLTA, E VENDE BEM BARATINHO PROS GRINGOS. NÃO É ASSIM QUE ACONTECEU COM A SIDERURGIA,TELEFONIA, ENERGIA, E OUTRAS. ESPEREM DEITADOS, DILMA E LULA JÁ DECIDIRAM O MARCO REGULATÓRIO, E A PETROBRAS REALMENTE É NOSSA DO POVO BRASILEIRO, EU FALEI DO POVO BRASILEIRO.


On Jul 20, 2009, Tennyson wrote:
No sábado e domingo os blogs desaceleram. Quem tem o hábito de acompanhar um blog fica numa espécie de síndrome de abstinência.
COLOQUEM MUITO CONTEÚDO DE SÁBADO E DOMINGO! EX-VACUUM O PESSOAL VAI ACESSAR MAIS O BLOG DE VOCÊS.


On Jul 20, 2009, SERGIO RICARDO FERREIRA wrote:
Fiquei curioso com a matéria da empresa que recebeu recursos do 7,9 mil reais do Comando da Marinha para o projeto 6635 Delimitação das Áreas Marinhas Ecologicamente Sensíveis . Jamais a Marinha iria repassar esses recursos em virtude de ser ela a entidade perita na atividade, que é desenvolvida pelo Instituto Almirante Paulo Moreira da Silva.
Acho que tem Jabuti na Árvore. No PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA PARA 2006, o 6635 Delimitação das Áreas Marinhas Ecologicamente Sensíveis recebeu R$ 150.000 e o na LEI ORÇAMENTÁRIA PARA 2008 no valor de custeio - 488.000; investimento - 50.000 e no total - R $ 538.000.
Pesquisei o assunto no Ministério do Planejamento e verifiquei que o gestor do projeto 6635 Delimitação das Áreas Marinhas Ecologicamente Sensíveis é de responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente ( será que MInc Leão Dourado está na jogada ??? ). Acredito que o Comando da Marinha entrou de gaiato nesta farsa.

Memória da CPI: A democracia é assim

“Sou parlamentar há muitos anos. Tenho vários e vários movimentos como deputado federal e como senador em defesa da Petrobras. Nunca deixei de fazer, aqui, a defesa da Petrobras. Nunca deixamos de aprovar os seus créditos. Nunca deixamos de apoiá-la sistematicamente, e não vamos fazer nada contra ela. Nada! O PSDB não fará nada contra a Petrobras. Não tem razão e não faria isso nunca. O PSDB tem consciência da sua responsabilidade pública no sentido mais geral. Agora, tenham tranquilidade, tenham confiança no que fizeram e se deixem investigar, porque democracia é assim. E é assim que tem de ser”.

Senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), presidente nacional da legenda, fazendo a defesa da CPI, em 15 de maio de 2009.

Teúdos e manteúdos

O Estado de S. Paulo

Dora Kramer, dora.kramer@grupoestado.com.br

O novo presidente da União Nacional dos Estudantes, Augusto Chagas, acha "legítimo" o governo federal patrocinar o "movimento estudantil" e não vê, portanto, fundamento nas críticas ao fato de a UNE receber milhares de reais dos cofres públicos para realizar o seu congresso nacional e muitos milhões para reconstruir sua sede.

É uma maneira de ver a vida. Bem como é uma opção da entidade apoiar o grupo político que bem entender. Se o "movimento estudantil" se sente representado, confortável, ou não, nessa posição, é uma questão a ser resolvida entre os estudantes, a direção da UNE e os saudosos do velho espírito combativo retratado no lema "a UNE somos nós, nossa força, nossa voz".

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Quem é o homem que recebeu R$ 8 milhões?

O Globo

Ninguém sabe, ninguém viu dono de empresa registrada no endereço de um canil e que teve repasses da Petrobras e da prefeitura

Alessandra Duarte

Além de ser dono de uma empresa em cujo endereço só há um canil, de não ser conhecido nos endereços onde estão cadastradas na Receita Federal duas empresas suas, de receber R$ 8,2 milhões da Petrobras e outros tantos recursos do governo federal e da prefeitura para ações que vão do setor nuclear a planos de saúde, de teatro de marionetes a missas, Raphael de Almeida Brandão também fornece notas fiscais. Mas quem é Raphael de Almeida Brandão? No noticiário há cinco dias, desde que foram denunciados os contratos com a Petrobras, Raphael e seus sócios - um irmão e a mãe - não atenderam o telefone nos supostos números deles e de suas empresas. Artistas e empresas que tiveram contratos intermediados por eles ou usaram notas fiscais de suas empresas dizem não ter qualquer contato nem saber informações sobre ele.

No mercado artístico, suas empresas - a Guanumbi Promoções e a R. A. Brandão Produções, registradas no endereço de uma casa em Jacarepaguá onde ninguém conhece Raphael, além da Sibemol Promoções, da qual é sócio com o irmão, e que tem como endereço um canil - são conhecidas por terem como atividade a intermediação e a representação de artistas na realização de serviços para projetos com o poder público. Mas as firmas de Raphael também fizeram serviços, segundo contratos com o governo federal, que vão da delimitação de áreas marinhas à gestão do Programa Nacional de Atividades Nucleares, passando por regulação de planos de saúde.

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Financial Times repete teoria da Petrobras

O jornal inglês publica hoje, em sua edição online, que a CPI da Petrobras ameaça o “boom” do petróleo no Brasil. Citando argumentos da empresa, o FT diz que “esta pode ser a pior crise da história da Petrobras, como diz o presidente da companhia”. A teoria é velha, os argumentos idem.

O PSDB quer, assim como a maioria da opinião publica, que após os avanços das investigações seja possível corrigir as distorções administrativas e os favorecimentos políticos que hoje desvirtuam os resultados da Petrobras. Está claro no requimento de instalação da CPI.

São essas mentiras e outras mais que a oposição quer desmascarar durante a CPI. Ao final, se a tropa de choque do governo permitir, a Petrobras será devolvida ao seu legítimo dono: o povo brasileiro.

O objetivo do PSDB é desprivatizar a empresa. "A Petrobras é um aparelho político do presidente Lula", responde o senador Alvaro Dias ao FT. "Nós queremos investigar, revelar os fatos e punir os responsáveis", acrescenta.

Outras informações http://www.ft.com/world/americas
Em português http://www.bbc.co.uk/portuguese/

terça-feira, 21 de julho de 2009

A Petrobras é nossa!

Das vozes mais respeitáveis do cenário político nacional a especialistas setoriais, temos um coro uníssono denunciando a irresponsabilidade demagógica com que alguns políticos estão a tratar de assunto tão decisivo como as descobertas do Pré-sal. Denúncias que vão do uso ufanista das descobertas à xenofobia bolorenta. Da recaída estatizante de criação de mais uma estatal, até a ameaça de quebra de contratos de exploração legítimos da Petrobras com seus sócios estrangeiros, que só conseguirão enxotar o capital imprescindível para transformar a riqueza natural das reservas em riqueza econômica de fato.

Fora a derrubada do valor acionário da própria Petrobras que evoluiu de empresa estatal para empresa pública, com ações negociadas em bolsas internacionais, e compondo cerca de 30% das ações listadas na Bovespa. Patrimônio estimado de no mínimo 1,5 milhão de acionistas minoritários diretos ou indiretos através de fundos de investimentos privados ou do próprio FGTS.

Da fala do presidente de que as reservas são de propriedade da União, o que não se discute, à fala de que a Petrobras é do Brasil, há uma grande diferença e uma demonstração de desconhecimento do valor universal da propriedade como princípio constitutivo da democracia e da própria cidadania. É a tentação totalitária de achar que governos são a própria sociedade e não apenas sua representação temporária. Enquanto que a representação da União pertence às instituições do Estado e não a governantes, por mais bem intencionados que sejam.

Leia mais Jorge Maranhão - Instituto Millenium

Entrevista com o senador Alvaro Dias

A administração da Petrobras é temerária

Por telefone, em seu escritório político em Curitiba, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), conversou com o blog sobre a CPI da Petrobras. Atendo ao que a mídia publica, o autor do requerimento que criou a comissão, disse que “o senador Romero Jucá (PMDB-RR)- líder do governo no Senado Federal, envia todos os requerimentos sobre a CPI para a direção da empresa em Brasília numa submissão total à empresa”, conforme publicou o Painel da Folha de S. Paulo (21/07). O senador também ironizou o patrocínio da estatal a algumas ONGs: “é uma cachorrada”, fazendo referência a reportagem de O Globo (21/07).

Acompanhe o que disse o senador:

Blog- Qual sua expectativa para o início dos trabalhos da CPI, em agosto?

AD- Vamos nos empenhar ao máximo para que esta CPI não seja chapa-branca. Somos 11 senadores: oito do governo e três da oposição. Este é o grande obstáculo que teremos de superar. A administração da Petrobras é uma temeridade, é claudicante, e o comando da CPI- a presidência e a relatoria ficaram com a base governista- quer blindar a empresa. Todos os requerimentos são enviados por eles para a direção da empresa decidir se pode ou não aprovar.

Blog- Como a oposição está se organizando para iniciar os trabalhos?

AD- Queríamos contratar consultores especializados, gente que entende de Petrobras, e descobrimos que todos os especialistas estão ligados direta ou indiretamente à estatal, seja por empresas terceirizadas, seja por alguma prestação de serviços. É difícil romper este cerco. Meu gabinete, que fica ao lado da sala de reuniões da comissão, está à disposição para instalarmos lá um grupo de apoio. Mas os gabinetes de todos os senadores da oposição também serão utilizados.

Receita Federal do B

Por Sérgio Benatti, engenheiro

Além da questão dos preços dos combustíveis, outra discussão se agrega à conjuntura da Petrobras, esta por circunstâncias paroquiais. O monopólio acabou transformado-a também, numa importante arrecadadora de impostos de toda ordem.

O fato de ser estatal, operando como irmã siamesa da Receita Federal, permitiu a construção de um sistema para a arrecadação antecipada de tributos sobre os derivados, imune a fraudes e altamente eficiente, e necessária, às finanças públicas, dado o seu volume.

Esse novo papel, de Receita do “B”, assumido pela Petrabras, tem também, o seu custo, de tal modo que o ajuste do preço do petróleo implica em oscilação na receita do governo. Da mesma forma que a empresa agravou seus custos de custeio, tomando como perene o hoje saudoso tempo das vacas gordas para os preços internacionais do petróleo.

Além da arrecadação direta produzida pela empresa, temos ainda, os royalties arrecadados na exploração das jazidas e o papel de apoio a ONG’s amigas do governo, em substituição ao papel do Estado, com legislação muita mais severa para esse tipo de ação.

Esse conjunto de fatores leva a uma situação onde o resultado da Petrobras para o governo, como empresa, leia-se dividendos e lucros, imporá muito menos que o seu papel de instrumento de governo (apoios, patrocínios e arrecadação).

As dificuldades de liquidez da Petrobras podem estar lincadas a todas essas questões citadas. Num momento de enxugamento de liquidez internacional, com o agravamento das condições de análise de risco, os analistas financeiros devem ter tido grandes dúvidas ao analisarem a empresa.

Ou seja, a outrora poderosa empresa petrolífera brasileira, moderna, competitiva, atrelada às melhores práticas internacionais de governança, emerge na crise como uma velha estatal dominada, praticando preços não ajustáveis ao mercado, funcionando como braço arrecadador do governo.

A necessidade de raspar os cofres da Caixa é conseqüência e não surpreende. Se vista pelo lado do analista de mercado internacional, está muito mais próxima do modelo Venezuelano.

Leia também Por que não caem os preços dos combustíves

sergio.benatti@isd.org.br

Alô, mensageiro da verdade! Há um canil onde deveria haver uma empresa

Por Reinaldo Azevedo

Vejam vocês como são as coisas… Agora eu começo a ficar preocupado com MV Bill. Ainda mais que descobri que esse “MV” quer dizer “Mensageiro da Verdade” (ler abaixo). Por que digo isso? Porque quem recebe os direitos autorais de um livro do Mensageiro é a R. A. Brandão, como revelou Diogo Mainardi em sua coluna na VEJA. Vocês já sabem, a essa altura, o que é e o que faz essa empresa, não é? Abaixo, há posts esclarecedores. Agora vejam o que noticia Maiá Menezes no Globo desta terça. Mais uma vez, o gênio empresarial do tal Raphael Brandão aparece em todo o seu esplendor. Comento em seguida.

Especializada em rodeios, marionetes, espetáculos de dança e atividades de sonorização, a Sibemol Promoções e Eventos recebeu da Petrobras, de novembro do ano passado a fevereiro deste ano, R$ 120 mil para realizar o projeto Quilombos Cariocas. No endereço declarado à Receita, no entanto, funciona um canil com 60 cachorros.

Memória da CPI: Patrimônio de todos

“O PSDB age na defesa da Petrobras, patrimônio de todos os brasileiros, não propriedade exclusiva de um governo eventual ou do Partido dos Trabalhadores, que juntamente com seus aliados, comandam os mais elevados postos na empresa e não podem, mais uma vez, agir como se nada soubessem, fugindo das suas responsabilidades”.

Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) defendendo a instalação da CPI, em pronunciamento no dia oito de julho de 2009.

Memória da CPI: Leia presidente!

“Tivemos uma reunião, que reputo do mais elevado nível, com o ex-presidente da Petrobras, o ex-senador José Eduardo Dutra, e com o dr. Sérgio Gabrielli, que é o atual presidente dessa empresa. Ele nos deu algumas explicações. Houve um debate muito acirrado, com muita acuidade de ambas as partes. Mas foi um debate de alto nível e fizemos exatamente o que o script exigia.

Ouvimos o dr. Gabrielli, discutimos mais um pouco com o Senador Aloísio Mercadante (PT SP), com quem vínhamos conversando há muito tempo, e fomos, então - o Senador Sérgio Guerra, presidente do partido, eu e o Senador Tasso Jereissati -, ouvir os nossos companheiros. Ouvimos cada companheiro. E os companheiros, unanimemente, decidiram que devemos cobrar de V. Exª a imediata leitura do requerimento”.

Senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), líder da legenda no Senado, ao exigir do senador Heráclito Fortes (DEM-PI) - que presidia a sessão, a leitura do requerimento de instalação da CPI, no dia 14 de maio de 2009.

Nossos Leitores:

On Jul 20, 2009, James Souza Pimenta wrote:
Sugiro ao blog fazer um quadro com dez países mostrando o preço e a qualidade da gasolina para comparar com a do Brasil. Tenho lido que a nossa é a mais cara do mundo e a de pior qualidade. Se for verdade, aquela propaganda no posto dizendo que nosso combustível tem qualidade de Fórmula Um, é enganosa.

On Jul 21, 2009, Maria wrote:
PSDB Entendo até o "cuidado" que o partido está tendo com relação a CPI da Petrobrás, mas sinceramente, as notícias dadas aqui, a maioria que os internaltas já leram, posso estar enganada mas estão apenas trasncrevendo as notícias. Desculpa a minha opinião, mas o blog deveria ser mais interagido, deveriamos poder EMITIR as opiniões sobre as notícias postadas, e é claro que o blog ira bloquear as opiniões ofensivas. Eu gostaria muito que o PSDB voltasse a comandar o País na figura do governador José Serra. Eu acho que o blog poder fazer muito.
"A CPI ESTÁ, O MAL JÁ FOI FEITO, AGORA INTERESSA É INVSTIGAR", Desmoralizada ficará senão for devolvida para o Brasil.

On Jul 21, 2009, francisco marcos junior wrote:
Faço votos para que os senadores da oposição na CPI em questão não esmoreçam, sem essa de perdermos o jogo no vestiário. O jogo é para ser jogado, mesmo que os adversários paraticarem a vilânia e sabujice que lhes são peculiares. Estamos atentos, já virou surrão que eterna vigilância é o preço da democracia.

Em vez de empresa, abrigo para 60 cachorros

O Globo

Mais uma firma que recebeu verba da Petrobras não funciona em endereço declarado; sócio é o mesmo de outras duas

Maiá Menezes

Especializada em rodeios, marionetes, espetáculos de dança e atividades de sonorização, a Sibemol Promoções e Eventos recebeu da Petrobras, de novembro do ano passado a fevereiro deste ano, R$ 120 mil para realizar o projeto Quilombos Cariocas. No endereço declarado à Receita, no entanto, funciona um canil com 60 cachorros.

A empresa tem como sócio Raphael de Almeida Brandão, também proprietário da R.A. Brandão e da Guanumbi Promoções e Eventos - ambas inexistentes nos endereços declarados à Receita e que receberam R$ 8,2 milhões da Petrobras em 2008, segundo a revista "Veja".

Raphael é sócio minoritário da Sibemol, que divide com o irmão, Luiz Felipe de Almeida Brandão. Na Guanumbi, Rafael é sócio da mãe, Telma de Almeida Brandão. Assim como a R.A. Brandão e a Guanumbi, a Sibemol tem endereço declarado em Jacarepaguá. Na casa, numa ladeira de um bairro de classe média baixa, funciona há pelo menos dois anos um canil, que abriga ainda 200 gatos, segundo o cuidador dos animais, que não quis se identificar. Ele cuida dos bichos, sem explorar comercialmente o negócio, e nada recebe dos donos do terreno.

Clique aqui para ler na íntegra

Repasses da Petrobras na malha fina da CPI

Correio Braziliense

Ligações de servidores com entidades que receberam patrocínio da empresa serão investigadas no Senado

Marcelo Rocha

Enquanto aguardam o fim do recesso para tentar investigar a Petrobras, ainda que em desvantagem numérica na comissão, os representantes da oposição no Senado rastreiam as relações de atuais e ex-dirigentes da estatal com entidades sem fins lucrativos. Uma delas tem como protagonista Heitor Chagas de Oliveira, ex-gerente-executivo de Recursos Humanos da empresa durante o primeiro mandato do presidente Lula e, atualmente, consultor terceirizado em RH do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

O nome de Chagas aparece vinculado também ao Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), entidade engajada no desenvolvimento de políticas públicas voltadas para prefeituras. O Ibam recebeu da Petrobras cerca de R$ 570 mil em patrocínios para a promoção de ações culturais e institucionais desde 2006. No instituto, com sede no Rio, o ex-gerente faz parte da Assembleia Geral, colegiado com 45 integrantes responsável pela análise de relatórios e prestações de contas da entidade.

Disponível para assinantes

Linha de (des)montagem

Folha de São Paulo

Painel

Vera Magalhães (interina) - painel@uol.com.br

O relator da CPI da Petrobras, Romero Jucá (PMDB-RR), estabeleceu uma linha direta com o escritório da empresa em Brasília, transformado em quartel-general para o manejo da crise. Todos os requerimentos protocolados são enviados para lá. Cabe ao representante da empresa na capital, Carlos Figueiredo, o comando de uma equipe que emite pareceres sobre cada um deles. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, que tem despachado em Brasília duas vezes por semana, monitora o trabalho.

A avaliação governista é que, até aqui, os pedidos da oposição estão bem fundamentados, se atendo aos objetos que constam do pedido de criação da CPI, o que dificulta o trabalho de mandá-los para a gaveta.

Disponível para assinantes

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Lula arremete contra los opositores que quieren investigar a Petrobras

El País

El presidente tacha a los senadores de "pizzaiolos", una ofensa en Brasil

JUAN ARIAS - Río de Janeiro

El presidente brasileño, Luiz Inácio Lula da Silva, ha acusado a los senadores de la oposición que crearon una comisión de investigación sobre los presuntos actos de corrupción de Petrobras -una de las seis mayores compañías de petróleo del mundo, considerada la joya de la corona de Brasil-, de irresponsabilidad y de querer "organizar un carnaval".

El líder considera que los opositores quieren investigar Petrobras para debilitarla y después venderla. Esa acusación podría ser mortal para el candidato de la oposición en las elecciones presidenciales de 2010, ya que, si hay algo que es como la madre de todos los brasileños es Petrobras. Debido a ello, el Gobierno ha blindado prácticamente la comisión de investigación del Senado colocando en ella a una mayoría partidaria de Lula, que intentará paralizar los trabajos.

Un editorial de O Globo salió ayer al quite de las insinuaciones de que la oposición quiera privatizar Petrobras: "Irónicamente esa privatización ya ha tenido lugar, sólo que en beneficio de pequeños grupos de militantes sindicalistas y de partidos aliados del Palacio", una de las acusaciones que la oposición hace a la gestión actual del gigante del petróleo.

Leia mais http://www.elpais.com/articulo/internacional/Lula/arremete/opositores/quieren/investigar/Petrobras/elpepuint/20090717elpepuint_1/Tes

O que será apurado na CPI da Petrobras e a cronologia do caso

www.estadao.com.br

SÃO PAULO - A CPI da Petrobras terá 180 dias para apurar as irregularidades envolvendo a estatal e a Agência Nacional do Petróleo, de acordo com o requerimento de instalação da comissão. A CPI foi instalada no dia 14 de julho e terá a sua primeira reunião em agosto, após o recesso parlamentar. Pelo requerimento, caberá à comissão apurar:

1 - Indício de fraude nas licitações para a reforma de plataforma para a exploração de petróleo, apontada na operação de águas profundas da Polícia Federal;

2 - Graves irregularidades nos contratos de construção de plataformas, apontadas pelo relatório pelo Tribunal de Contas da União;

3 - Indício de superfaturamento na construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, apontada em relatório do Tribunal de Contas da União;

4 - Denúncia de desvio de royalties de petróleo, apontada pela Operação Royalties da Polícia Federal;

5 - Denúncia de fraude do Ministério Público Federal envolvendo pagamentos, acordos e indenizações feitos pela ANP a usineiros;

6 - Denúncia de utilização de artifícios contábeis que resultaram no recolhimento de impostos e contribuições de R4 4,3 bilhões;

7 - Denúncia de irregularidade no uso de verba de patrocínio da estatal para bancar festas no Nordeste.

Leia mais http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,o-que-sera-apurado-na-cpi-da-petrobras-e-a-cronologia-do-caso,405642,0.htm

Nossos Leitores:

On Jul 20, 2009, Alexandre Lopes wrote:
Me desculpe os senhores, mas espaço que não permite comentários sobre os posts não pode ser considerado um blog. Mais uma falácia da oposição que até agora não encontrou um rumo para desestabilizar o governo Lula.

Blog: Alexandre, obrigado pelo comentário, continue nos acompanhando. Aproveitamos a oportunidade para esclarecer que nosso espaço para comentários não será usado para trocar agressões gratuitas e de nível duvidoso. Para isso existem vários outros blogs.

Muito menos para “desestabilizar” o governo. Leia o requerimento de instalação da CPI e o editorial que o blog publicou no seu lançamento e entenderá melhor nosso trabalho.

O espaço "blog conosco - denuncie", além de comentários, tem como objetivo principal receber informações e denúncias para a CPI investigar e, assim, ajudar no processo de devolver a Petrobras ao povo brasileiro.

Por que não caem os preços dos combustíveis

Por Sérgio Benatti, engenheiro

No final de 2008 causou surpresa o fato de a Petrobras recorrer à Caixa, para um empréstimo empresarial de quase R$ 3 bilhões, no mesmo momento em que corriam pelo mercado rumores de grandes saques feitos pela empresa em instituições privadas.

O tamanho da Petrobras e a sua inserção no mercado internacional apontavam para uma situação de liquidez que não condizia com a necessidade de captação junto a instituição de varejo popular, numa operação que representou mais de um terço de toda a carteira de Pessoa Jurídica da Caixa.

Surpresa também causou o fato de que, enquanto no mundo todo, a queda do preço do petróleo e o conseqüente barateamento da energia foi um fator bastante significativo na minoração dos efeitos da crise internacional, no Brasil os preços dos derivados do petróleo tiveram, em alguns casos, os preços majorados, mesmo num cenário de forte queda dos preços internacionais do produto.

Recentemente a Petrobras anunciou uma queda no preço dos combustíveis, mas que não chegou ao consumidor, uma vez que o governo, concomitantemente aumentou o percentual da CID sobre os combustíveis.

Essas questões nos levam a perguntar o que realmente está acontecendo com a Petrobras, que precisa apelar para banco de varejo para se equilibrar, drenando recursos notadamente de pequenos e médios empreendedores, ao mesmo tempo em que desatrela o preço dos combustíveis nacionais aos preços internacionais, prejudicando os nossos consumidores, diminuindo nossa competitividade como um todo, num momento de profunda crise econômica e quando finalmente resolve ajustar os preços dos combustíveis para baixo, o governo captura esse benefício ao consumidor via aumento de impostos?

Por que a nossa maior empresa pública ao invés de se comportar como instrumento de enfrentamento da crise se coloca como fator de seu agravamento? Por que se comporta muito mais como agente de governo do que como empresa que é?

As causas podem estar nas diferenças de diretrizes para as empresas estatais adotadas pela administração petista em confrontos com aquelas herdadas da era FHC. No âmbito do ajuste econômico, que resultou na estabilização da economia, a administração da Petrobras levou a empresa a parâmetros gerenciais internacionais, como a colocação de ações na Bolsa de Nova York e as conseqüentes ações de governança corporativa, bem como a prática de preços e custos internacionais para seus produtos e serviços contratados. A tese para a Petrobras e as demais estatais não privatizadas era de que quanto mais modernas e competitivas essas empresas fossem, melhor serviriam à economia nacional. As mudanças foram muitas, se comparadas com o histórico das empresas.

Na era petista, sem a explicitação de uma linha clara de ação, as diretrizes foram se alterando. Houve uma forte influência da corporação na administração da empresa, como resultado um aumento considerável do custo de pessoal, descasando sua política de remuneração daquelas praticadas no mercado. No mesmo período há um crescimento das ações econômicas em áreas não específicas do monopólio, tudo isso se dando num cenário de crescimento crescente da economia internacional e crescimento exponencial dos preços do petróleo. Neste cenário, as mudanças administrativas passaram despercebidas, mas elevaram os custos fixos a uma situação que dificulta o repasse da queda dos preços do produto ao consumidor.

Continua amanhã

sergio.benatti@isd.org.br

Pega na mentira

O Globo

Empresa que recebeu verbas de Petrobras e governo não fica em endereço declarado

RIO - Além de ter recebido R$ 3,7 milhões da Petrobras em 49 contratos no ano passado, a Guanumbi Promoções e Eventos também foi beneficiada com R$ 395,4 mil por realizar serviços em ações federais que vão da delimitação de áreas marinhas à gestão do Programa Nacional de Atividades Nucleares, passando por regulação de planos de saúde. É o que mostra a reportagem de Alessandra Duarte publicada na edição desta segunda-feira no GLOBO. O valor é a soma dos gastos diretos da Presidência da República e de oito ministérios com a empresa, entre 2004 e 2009, segundo levantamento feito pelo GLOBO no Portal da Transparência do governo federal.

Leia mais em www.oglobo.com.br

A estratégia da oposição na CPI

Informe JB

Vasconcelo Quadros

O procurador Roberto Gurgel concordou com o pedido da oposição e deve designar uma equipe de procuradores para, se for o caso, abrir inquérito a cada denúncia consistente que surgir durante a CPI da Petrobras. Ela começa a funcionar no próximo dia 6. Normalmente, o MPF só investiga depois que a CPI é concluída. A estratégia tem a finalidade de combater a manobra do grupo governista, que quer uma investigação chapa branca e rápida. Se depender do presidente da CPI, João Pedro (PT-AM), e do relator, Romero Jucá (PMDB-AM), o presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, será o primeiro a prestar depoimento - o que quebraria a lógica de qualquer investigação e tornaria a CPI natimorta.

Apurar primeiro

"Caso os dirigentes sejam convocados no início, não teremos elementos para questioná-los", reclama o tucano Álvaro Dias (foto). A oposição quer esgotar as suspeitas em torno da Refinaria Abreu de Lima, os contratos aditivos das obras de plataformas em alto mar, os gastos e destino da verba de patrocínios e a suposta intermediação no esquema de royalties.

Petrobras para brasileiros: depoimentos

Luiz Paulo Vellozo Lucas, presidente do ITV

A Petrobras não pode ser objeto de manobras político-partidárias. A empresa, que é a maior do Brasil, deveria ter uma gestão totalmente qualificada. É o que diz o deputado federal Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB-ES) em entrevista em vídeo.

Para o parlamentar, que preside o Instituto Teotônio Vilela (ITV)- organismo de formação política do PSDB, é um absurdo que a estatal patrocine eventos completamente diversos de sua missão, como times de futebol e escolas de samba. A CPI, agora instalada, é favor da Petrobras, afirma o deputado.

Clique aqui e confira

domingo, 19 de julho de 2009

Estranha amizade entre Lula e Collor

Revista Época

Elogios a Collor são o preço pago por Lula pela proteção ao governo na CPI da Petrobras

Ricardo Amaral

Dois meses depois de ter sido criada oficialmente, a CPI da Petrobras foi afinal instalada na última terça-feira, sob controle de três senadores leais ao Planalto: seu presidente é João Pedro (PT-AM), suplente do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento; o vice é Marcelo Crivella (PRB-RJ), do partido do vice-presidente, José Alencar; e o relator é o líder do Governo, Romero Jucá (PMDB-RR). Foram eleitos por oito senadores do governo na comissão de 11 membros. A primeira decisão de João Pedro foi adiar para agosto qualquer outra decisão. Parece que a CPI está sob controle, mas hoje, no Senado, toda aposta é arriscada.

Nada pode estar sob controle enquanto o presidente José Sarney estiver acossado por denúncias – e o presidente Lula está sendo atraído cada vez mais para o centro dessa crise. Ele precisa sustentar José Sarney, um aliado muito especial, e arbitrar a disputa pessoal e política entre os líderes do PMDB, Renan Calheiros, e do PT, Aloizio Mercadante. O PT nunca foi notável por defender o governo no Senado e o PMDB cobra um alto preço por essa tarefa. A instabilidade aumenta porque no ano que vem dois terços dos 81 senadores vão disputar as eleições nos Estados. Nessa altura, o instinto de sobrevivência fala mais alto que as conveniências dos partidos e os interesses do governo.

Leia mais http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI83031-15223,00-ESTRANHA+AMIZADE+ENTRE+LULA+E+COLLOR.html

''O foco está em grandes empresas''

O Estado de São Paulo - Entrevista

Ex-secretária diz que a Receita 'saiu do pé dos pequenos' e correu atrás do imposto sonegado pelos 'grandes'

Beatriz Abreu

Lina Vieira deixou o comando da Receita Federal convencida de que a causa de sua demissão - a política de concentrar o combate à sonegação nas grandes empresas - "é irreversível". Ela não cita a Petrobrás, mas admite que a ação contra grandes empresas, deixando de lado "os velhinhos", provocou conflito no governo. Lina diz que o foco nos grandes contribuintes, os "tubarões brancos", "incomodou muita gente".

A contundência das declarações contra as grandes empresas que recorrem à compensação de créditos para não pagar imposto e o diagnóstico de que existe corrupção na Receita Federal traem os gestos suaves e a voz pausada. A secretária recebeu a reportagem da Agência Estado no gabinete da Receita, na sexta-feira, minutos antes de recolher as mensagens de apoio dos superintendentes que, na semana passada, se rebelaram contra sua demissão.
A seguir, os principais trechos da entrevista.

Como a sra. soube da demissão?

Na quinta-feira retrasada, o ministro me chamou e disse que precisava mudar o comandar da Receita e teria de ser logo. Na quarta, recebeu os superintendentes e os comunicou que Cartaxo (Otácilio Cartaxo, secretário adjunto) ficaria como interino.

Qual o motivo que ele apresentou para sua demissão?

Ele não apresentou o motivo. Só disse que precisava substituir o comando da Receita.

Por que os superintendentes se revoltaram?

Porque não queriam a minha saída.

Entrevista completa para assinantes http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090719/not_imp404903,0.php

Lula e a UNE

Suely Caldas*

Nos últimos dias o presidente Lula declarou seu apoio incondicional e elogiou o presidente do Senado, José Sarney, chamando-o de "pessoa especial". Na quarta-feira, em Alagoas, abraçou Fernando Collor e agradeceu a ele e ao senador Renan Calheiros o apoio ao seu governo.

Nenhuma manifestação da outrora aguerrida, combativa e irreverente União Nacional dos Estudantes (UNE), que há 17 anos comandou os caras-pintadas pelas ruas do País, protestando contra a corrupção no governo e pedindo o impeachment de Collor. No governo Lula a UNE calou diante do mensalão e de tantos outros atos de corrupção, chegou a defender Calheiros no episódio da pensão paga por uma empreiteira a sua ex-namorada, paralisou diante dos inúmeros escândalos envolvendo Sarney e família e silenciou ante a imagem do efusivo abraço entre Lula e Collor.

Afinal, o que aconteceu com a UNE e os estudantes?

Na quinta-feira a direção da UNE recebeu Lula como principal orador da abertura de seu 51º Congresso Nacional. O presidente lembrou de seus idos de sindicalista radical e disse ter passado o tempo em que "encostar-se no governo significava cooptação". A UNE não encostou, grudou no governo Lula. Tem recebido generosidades e retribuído com aplausos, adesão e apoio político, mesmo quando Lula perdoa corruptos e diz que assina um cheque em branco para o ex-deputado cassado Roberto Jefferson. Não é cooptação? Vamos aos fatos. Em 2004 o governo repassou R$ 199 mil de verbas federais para a UNE e, a partir de 2005, mais R$ 10 milhões - dos quais R$ 7 milhões entre janeiro de 2008 e fevereiro de 2009. Além disso, a Petrobrás, com R$ 100 mil, e a Caixa Econômica Federal, com R$ 30 mil, patrocinaram a Bienal da Cultura da UNE, em Salvador, que ainda levou R$ 2,5 milhões dos cofres públicos.

"Nos anos de Fernando Henrique tínhamos muitas dificuldades de diálogo", explicou a presidente da UNE, Lúcia Stumpf, em entrevista publicada no Estadão em 5 de março, ao comparar a relação da entidade com os dois governos.

Além dos R$ 10 milhões, Lula e as estatais doaram para esse 51º Congresso mais R$ 920 mil, dos quais a Petrobrás - com sua esquisita e sem critérios política de patrocínios - participou com R$ 100 mil. Agradecida, a direção da UNE tratou de retribuir: saiu em defesa da estatal e condenou a investigação, pela CPI, de suspeita de desvios de dinheiro na Petrobrás. Condenar a apuração de fraudes com dinheiro público é algo inédito na história da UNE (como diria Lula, nunca antes neste país) que contribui para afastar cada vez mais os estudantes que deveria representar.

Com a popularidade pessoal em alta, Lula extrapola ao sair por aí vinculando sua imagem ao que há de mais atrasado no País, elogiando as oligarquias que ele tanto combateu e denunciou, abraçando Collor e ignorando o movimento que se espalhou pelo País pedindo seu impeachment, humilhando os senadores do PT ao obrigá-los a defender Sarney e assumirem o papel de coniventes com os escândalos de que o senador é acusado.

Artigo completo para assinantes http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090719/not_imp404919,0.php

*Suely Caldas, jornalista, é professora de Comunicação da PUC-Rio (sucaldas@terra.com.br)

O hip hop da Petrobras

Por Diogo Mainardi

“Duas empresas de fundo de quintal receberam8,2 milhões de reais da Petrobras, em 102 contratos”

O hip hop da Petrobras é de MV Bill. Ele canta: “Sou rapper bem! Sou aliado dos manos”. Eu pergunto: quais manos? Algumas semanas atrás, a CPI da Petrobras recebeu uma planilha contendo os contratos assinados pelo departamento de marketing da empresa. Os contratos cobriam só um ano: 2008. E cobriam só uma área da empresa: a área de abastecimento, que até abril deste ano era chefiada pelo petista baiano Geovane de Morais, nomeado por outro petista baiano, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.

Uma das empresas incluídas na planilha encaminhada à CPI despertou meu interesse: R.A. Brandão Produções Artísticas. Em 2008, ela ganhou mais de 4,5 milhões de reais da Petrobras, em 53 contratos. Ela fez de tudo: de cartilha sobre o meio ambiente (98 000 reais) até bufê em obras de terraplanagem (21 000); de dicionário de personalidades da história do Brasil (146 000) até “design ecológico em produtos sociais” (150 000).

MV Bill, o “aliado dos manos”, surgiu nesse momento. Em 2007, ele publicou Falcão: Mulheres e o Tráfico, editado pela Objetiva. O livro é assinado também por Celso Athayde, seu empresário e seu parceiro numa ONG: a Central Única das Favelas – Cufa. A particularidade do livro é a seguinte: seus direitos autorais, em vez de pertencerem a MV Bill e a Celso Athayde, pertencem à fornecedora da Petrobras, a R.A. Brandão Produções Artísticas.

Perguntei a Roberto Feith, da Objetiva, o que MV Bill tinha a ver com a empresa contratada pela Petrobras. Ele se negou a responder. Uma repórter de VEJA fez a mesma pergunta à assessoria de MV Bill, que atribuiu a Celso Athayde a responsabilidade integral pelo projeto do livro. Celso Athayde, por sua vez, ao ser indagado desligou o telefone. Como canta MV Bill, em Como Sobreviver na Favela: “A terceira ordem é boca fechada, que não entra mosca e também não entra bala”.

Leia o artigo em http://veja.abril.com.br/blog/mainardi/