O Estado de São Paulo
Lu Aiko Otta e Leonardo Goy
O governo pretende criar um novo fundo financeiro que investirá na exploração dos campos do pré-sal. Ele terá tratamento privilegiado, pois será o único sócio não petroleiro admitido pela União naqueles empreendimentos. Com o fundo, o Estado pode aumentar ainda mais sua presença na exploração das jazidas.
Bancos e fundos de investimento privados estão proibidos de integrar os consórcios do pré-sal. Podem fazê-lo apenas na condição de financiadores das empresas do setor de petróleo que se propuserem a ser sócias da União. As regras constam do projeto de lei que cria o sistema de partilha de produção em petróleo, apresentado esta semana pelo governo.
"Será um tratamento especial", admitiu o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em entrevista ao Estado. "Não estamos dando um tratamento especial para a Petrobrás? Então vamos dar também ao fundo." Questionado sobre as possíveis reações negativas, ele recorreu ao discurso político. "De quem será o interesse do novo fundo? Do povo brasileiro. Será que alguém pode ser contra?" O novo fundo, que ainda não tem nome, sairá do Fundo Social - aquele formado com a parte da União na exploração do pré-sal, que terá como objetivo investir na área social. Por isso, foi chamado informalmente por Lobão de "fundo do fundo".
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