sábado, 3 de outubro de 2009

Só quem chia é o governo

Revista Veja

O Tribunal de Contas da União recomenda a paralisação de 41 obras públicas repletas de irregularidades – e o Palácio do Planalto acha ruim

No Brasil, há muitos ralos por onde o dinheiro público escorre sem parar. Quando o governo não consegue fechar as torneiras do desperdício, é preciso que alguém assuma o papel de encanador e tente estancar os vazamentos. É isso que vem fazendo o Tribunal de Contas da União (TCU). Sediado em Brasília, o órgão tem a missão de fiscalizar as obras tocadas com dinheiro do governo federal e evitar, assim, a malversação de recursos. Seus auditores são especializados em descobrir maracutaias em licitações, aumentos de preço inexplicáveis, superfaturamento, desvios... Enfim, tudo aquilo que os administradores estatais juram não existir. Um grupo de nove ministros analisa, depois, os relatórios e põe um carimbo em cada obra. As que recebem a chancela "sem irregularidades", infelizmente, são minoria.

Na semana passada, o TCU divulgou o balanço anual de seus trabalhos e ficou patente a frouxidão do governo na hora de controlar seus gastos. Das 219 obras analisadas, apenas 35 (ou 16%), estavam "sem irregularidades". Outras 35 tinham entraves burocráticos nos contratos, mas a maioria (149, ou 68% do total) apresentava problemas graves. A mais lesiva das fraudes é o sobrepreço. Ele ocorre quando o custo dos materiais usados em uma obra fica acima da média praticada pelo mercado, fazendo com que o governo, ao comprá-los, pague mais do que uma empresa privada. Para além da fraude contra os contribuintes, ao pagar mais por uma obra, o governo fica sem dinheiro para realizar outros investimentos. Neste ano, das 149 obras com encrencas sérias, o TCU enxergou casos agudíssimos em 41 delas, e recomendou ao Congresso que sejam paralisadas até que as empreiteiras aceitem reduzir seu preço a patamares aceitáveis. Outros 22 projetos terão pagamentos retidos.

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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

CPI ouve engenheiro sobre fraudes em licitações

A CPI da Petrobras vai ouvir na próxima terça (06) o engenheiro de Petróleo Sênior Ilton José Rosseto Filho. O nome dele foi indicado pelo gerente-executivo de Logística da Diretoria de Exploração e Produção da Petrobras, Erardo Gomes Barbosa Filho, cujo depoimento estava previsto para ocorrer no dia 29 passado.

Segundo o gerente, o engenheiro teria melhores condições de atender à CPI porque teve conhecimento das investigações da Polícia Federal (PF) na ocasião da operação Águas Profundas que desarticulou em 2007 quadrilhas acusadas de fraudar licitações para o conserto de plataformas em serviços avaliados em R$ 200 milhões.

O engenheiro chegou a comparecer à última sessão, transferida em razão da ausência do delegado que comandou a operação, Claudio Nogueira. Em ofício remetido à CPI, ele alegou razões médicas para ausentar-se.

Além de Rosseto Filho e Claudio Nogueira, a CPI pretende ouvir o procurador da República, Carlos Alberto Gomes de Aguiar. Ele apresentou as denúncias a partir das investigações feitas pela PF e foi quem qualificou o conluio entre empresas e funcionários da Petrobras de "quadrilha".

Através da entrega de propinas a funcionários da estatal, empresas que contribuíram para campanhas do PT nas eleições de 2006 obtinham dados estratégicos que permitiam a elas vencer as concorrências. Dentre elas estão a Iesa Óleo & Gás e o estaleiro Mauá Jurong. As empresas estão proibidas de participar de novas licitações

Pré-sal deve financiar transição de matriz energética

Para que a economia brasileira seja descarbonizada e esteja pronta a ser competitiva no mundo de 2020, o maior investimento necessário será em educação, pesquisa científica e no engajamento das empresas no processo de inovação tecnológica. Em paralelo, as riquezas do pré-sal têm que financiar a transição para outra matriz energética, aproveitando as vantagens comparativas do Brasil em biomassa, pequenas hidrelétricas, energia solar e eólica. "O pré-sal é uma benção, uma riqueza, mas é o passado", diz nesta entrevista o economista e professor Sérgio Besserman Viana.

Besserman, que fez longa carreira no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e presidiu o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) durante o governo Fernando Henrique, assina o capítulo "A Sustentabilidade do Brasil" do livro "Brasil pós-crise - Agenda para a Próxima Década", organizado pelos economistas Fabio Giambiagi e Octavio de Barros. A obra, que acaba de sair (Editora Campus, 384 páginas, R$ 89), pretende estimular "propostas para que o Brasil de 2020 seja muito melhor que o de 2010". Reúne textos de economistas e gente que pensa o Brasil. Coube a Besserman, junto com o colega José Eli da Veiga e o cientista político Sérgio Abranches, inserir os contornos da temática ambiental nesta pauta.

Os autores dizem ter tentado "introduzir na lógica econômica a consciência de que existem limites naturais em um planeta finito". Eles explicam como enxergam o futuro: "A agenda do século XXI será presidida pelas escolhas sobre como considerar as perdas de capital natural", dizem os autores. "E, nos próximos anos, as principais decisões na economia, na governança e na política mundial dirão respeito à intensidade, à velocidade e à forma como os custos da descarbonização dos processos produtivos e modos de consumo serão internalizados na economia de mercado".

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Nossos Leitores

On Sep 2009, dias@ig.com.br> wrote:
Essa conversa de pré-sal é um blefe. Não passa de um artifício para tocar uma campanha sem plataformas reais. O governo joga todas as suas fichas em que a oposição vai se contrapor à politica do pré-sal e com isso irá nos chamar de antipatriotas e privatistas. Se a oposição morder a isca, irá perder a eleição. O que se deve fazer é pagar para ver; concordar com as propostas do governo desmascarando a manobra e pedindo unicamente prazos, números e datas relacionados com a suposta mega produção de petróleo do pré-sal. Quando o outro jodagor blefa, deve-se pagar para ver.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Nossos Leitores:

On Sep 2009, Helenacv@uol.com.br> wrote:
O PSDB tem que mostrar que a Petrobras é um sucesso graças às opções feitas no governo FHC. Comparar a empresa brasileira com a estatal PDVSA de Hugo Chavez. Mostrar a margem de perigo de uma empresa de petróleo ser ferramenta de manobra de governos populistas.

Isto foi tudo que FHC tentou evitar. Enquanto o PSDB fica de bobeira, Lula vai faturando em cima de tudo que foi criado pelo governo anterior e ainda tem a petulância de debochar do antecessor! Petrobras é a empresa não-financeira mais lucrativa das Américas. Estudo da Economática referente ao segundo trimestre de 2009 mostra que brasileira só perde para o Citigroup, dos EUA. A PDVSA está sendo desmontando pela burocracia de um caudilho.

O elefante vai à cacimba

Celso Ming, celso.ming@grupoestado.com.br

O mercado financeiro parece não ter se dado conta de que a capitalização da Petrobrás, prevista já para o primeiro semestre de 2010, vai drenar um volume descomunal de recursos. Se for bem-sucedida, o mínimo que se pode dizer é que terá enorme impacto no mercado financeiro e no câmbio.

Como já foi adiantado aqui no domingo, a União vai subscrever sua parcela no aumento de capital não em dinheiro, mas em petróleo físico das reservas ainda não cubadas, até o volume máximo de 5 bilhões de barris. É provável que o valor do óleo in situ oscile entre US$ 5 e US$ 6 por barril. A partir daí, um cálculo simples mostra que os 33% de participação da União no atual capital corresponderão à subscrição de algo entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões. E os acionistas não controladores (67% do capital) serão chamados a comparecer com US$ 50 bilhões a US$ 60 bilhões. A operação, de US$ 90 bilhões, será a maior subscrição de capital de uma única empresa em todo o mundo em todos os tempos, observa o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli.

É o que basta para que se formulem questões graves. Em princípio, os minoritários teriam interesse em desembolsar sua parte, pois a transferência de petróleo não sujeito a risco de reservatório (redução de produção) às reservas da Petrobrás é algo que não ocorre duas vezes na história de uma empresa. Mas há entraves importantes.

O primeiro é saber se o mercado terá dinheiro vivo para exercer sua parte. Se tiver, o saque de recursos aplicados em outros ativos tende a gerar impacto na remuneração da renda fixa e na Bolsa. Os estrangeiros detêm 27% do capital. Se subscreverem toda essa fatia, a entrada de dólares pode ser superior a US$ 15 bilhões. O Banco Central (BC) terá de montar esquema especial para impedir que desabe sobre as cotações do câmbio uma entrada tão forte de moeda estrangeira.

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Lei ambiental precisa avançar, diz Gabeira

O Estado de São Paulo

Deputado questiona presidente da Petrobrás sobre emissões de CO2 provocadas pela exploração do pré-sal

O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) e o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, divergiram sobre o eventual poder da estatal em conter avanços na legislação ambiental para garantir maior segurança na produção de petróleo. No debate "O Futuro do Pré-Sal 2" realizado ontem pelo Grupo Estado, Gabeira disse que o Brasil precisa avançar na legislação ambiental para evitar que a exploração na camada pré-sal aumente as emissões de CO2 e provoque alterações no clima.

O deputado é favorável a que se tomem como padrão as emissões que resultam no processo de exploração de petróleo do pós-sal e os gases excedentes gerados pela retirada do pré-sal sejam taxados a preços internacionais. Ele alertou, porém, que será preciso que a sociedade pressione a Petrobrás. "Se temos uma única operadora, e se a operadora tem essa influência enorme no Brasil, como vamos avançar na legislação ambiental?", questionou.

Gabeira citou como exemplo o recuo do governo em relação à resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) de 2002, segundo a qual toda a frota do País deveria usar um diesel menos poluente, com até 50 ppm de enxofre, a partir de 1º de janeiro deste ano. Pressionado pela indústria automobilística e pela Petrobrás, que alegavam não ter condições de se adaptar à nova regra no prazo estipulado, o governo adiou a exigência para 2012 e permitiu que a frota rodasse com um diesel de até 1.800 ppm de enxofre.

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'Pré-sal virou questão entre nacionalistas e entreguistas'

O Estado de São Paulo

Tasso Jereissati critica o modo como o governo politizou o debate sobre as regras de exploração

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) sinalizou ontem que é hora de a oposição subir o tom em relação às propostas para o novo marco regulatório do pré-sal. Em sua apresentação no Debate Estadão "O Futuro do Pré-Sal", Jereissati fez coro às críticas das petroleiras privadas contra a exclusividade de operação da Petrobrás e alertou para riscos a outros setores da indústria. Também presente no encontro, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, voltou a defender o papel proposto pelo governo para a companhia.

Indagado sobre a atitude pouco incisiva da oposição após a apresentação dos projetos de lei, Jereissati disse que o governo criou um clima ideológico desfavorável a críticas. "A questão foi colocada de forma muito emotiva, como disputa entre nacionalistas e entreguistas. A oposição quer colocar o debate um pouco mais no chão, para que possa ser feito com maior clareza. Não queremos levar a discussão para o "somos contra porque somos contra"."

A crítica de Jereissati encontrou eco no governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, do governista PMDB. Para ele, o debate está sendo feito de maneira "açodada" e com forte componente eleitoral. A oposição e as petroleiras privadas, porém, já conseguiram uma vitória, com a retirada do pedido de urgência na tramitação dos projetos.

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Capitalização da Petrobrás é consenso entre debatedores

O Estado de São Paulo

Modelo apresentado pelo governo, porém, foi criticado pelo senador Tasso Jereissati

A necessidade de capitalização e fortalecimento da Petrobrás foi ponto consensual entre os participantes do Debate Estadão "O Futuro do Pré-Sal". O modelo apresentado pelo governo para o processo, porém, recebeu críticas do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), para quem o governo está desviando recursos públicos para a empresa. A estatal espera concluir o processo no primeiro semestre de 2010, caso o novo marco regulatório passe sem grandes modificações pelo Congresso.

"Apoiamos a capitalização, não vamos discutir esse ponto. Aplaudimos a iniciativa do governo", disse o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), João Carlos de Luca. "Ninguém é contra a capitalização da Petrobrás", concordou Jereissati, que dividiu uma das mesas do debate com De Luca e o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli. Para capitalizar a empresa, o governo propõe vender à estatal reservas de 5 bilhões de barris de petróleo, que serão delimitadas em conjunto com a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Segundo Gabrielli, após a delimitação das reservas, a empresa vai avaliar o cronograma e os custos de produção, fatores necessários para a definição do valor de cada barril de petróleo abaixo do pré-sal. O trabalho será auditado por consultorias independentes. "Feito isso, calculamos, a valor presente, o preço do barril", disse o executivo, ressaltando que essa não é uma operação "exótica", já tendo sido feita em diversos países - com preços do barril entre US$ 0,77 e US$ 30.

O dinheiro arrecadado pela União com a venda será usado para comprar ações da Petrobrás. Os acionistas minoritários terão entre 30 e 45 dias para avaliar o valor e definir se participam ou não da oferta de ações. "Há uma transferência ao valor justo, que a Petrobrás pagará a União imediatamente. Pagaremos o valor justo, certificada por terceiros", disse Gabrielli. O valor será mais alto do que o estimado para as reservas atuais do pré-sal, já que o governo eliminou o pagamento de participação especial.

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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Tasso critica uso de verba pública na capitalização da Petrobras

SÃO PAULO - O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) questionou nesta quarta-feira, 30, o processo que permitirá a capitalização da Petrobrás por meio da subscrição de ações, estimada em aproximadamente R$ 100 bilhões.

Durante sua participação no debate "O Futuro do Pré-Sal II", realizado pelo Grupo Estado, o senador disse não ser contra a operação e o fortalecimento da Petrobrás, mas condenou o uso de dinheiro público para essa finalidade.

Jereissati afirmou que a exploração do petróleo não gerou desenvolvimento econômico e social em nenhum país do mundo e, na avaliação dele, faltarão recursos para outros setores da indústria brasileira.

Leia a íntegra no Estadão

TCU recomenda parar obra em refinaria investigada pela CPI

O TCU recomendou ao Congresso que bloqueie as verbas destinadas para a construção da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco previstas no orçamento de 2010. Auditoria do órgão identificou indícios de superfaturamento de R$ 96 milhões nas obras de terraplanagem e de sobrepreço avaliado em R$ 121 milhões.

A refinaria, construída em parceria com a venezuelana PDVSA, é uma das maiores obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Além dela, o TCU também sugere a paralisação da modernização da refinaria Presidente Getúlio Vargas, no Paraná.

A escalada no custo total da refinaria impressionou os senadores da CPI que investiga irregularidades na Petrobras. Dos R$ 8 bilhões iniciais, o valor pode chegar a R$ 24 bilhões. Os senadores do PSDB, Tasso Jereissati (CE) e Sérgio Guerra (PE) manifestaram espanto com as informações a respeito do valor crescente da obra.

Em sessão da CPI no começo do mês, Jereissati disse que os reajustes no preço de qualquer obra, nessa magnitude, inviabilizam qualquer projeto.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Senadores querem redefinir procedimentos na CPI que limitam investigações

Insatisfeitos com o rumo da CPI que investiga irregularidades na Petrobras, os senadores do PSDB, Sérgio Guerra e Alvaro Dias, querem a redefinição dos procedimentos claramente favoráveis ao governo Lula e cerceadores da liberdade de apuração dos ilícitos noticiados na estatal.

"Não há um pedido da oposição que seja atendido. Temos pedido a mudança de horário das sessões, que coincide com os trabalhos do plenário do Senado. Temos feito requerimentos para ouvir denunciados e detidos em operações da Polícia Federal. Mas não somos atendidos. A sociedade vai cobrar da CPI porque ela não consegue investigar as denúncias que envolvem a Petrobras", disse Alvaro Dias, autor do requerimento que criou a CPI.

O senador Sérgio Guerra obteve a garantia de uma reunião extra-pauta com o presidente e o relator da CPI, senadores João Pedro (PT-AM) e Romero Jucá (PMDB-RR) a ser realizada amanhã (30). "Precisamos rever os procedimentos da CPI. Precisamos de uma nova prática", afirmou o senador.

A sessão de hoje da CPI foi transferida para a próxima terça (6). Não puderam estar presentes à sessão o delegado da Polícia Federal, Claudio Nogueira e o procurador Carlos Alberto de Aguiar. Os dois falariam sobre a Operação Águas Profundas que desarticulou quadrilhas que fraudavam licitações da Petrobras.

O esquema envolvia funcionários da estatal e empresários doadores para a campanha do PT de 2006. A pauta da próxima sessão prevê ainda o depoimento do engenheiro de petróleo sênior, Ilton José Rosseto Filho, funcionário da Petrobras na época da Operação realizada pela PF.

TCU recomenda paralisação de 41 obras do governo por irregularidades na fiscalização

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

Por unanimidade, os ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) aprovaram nesta terça-feira um relatório que recomenda a paralisação de 41 obras do governo federal que apresentaram irregularidades graves durante a fiscalização realizada pelo órgão em 2009. Deste total, 13 empreendimentos fazem parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

O relatório segue para análise do Congresso Nacional, que terá que decidir se haverá o bloqueio de recursos para essas obras na elaboração do Orçamento de 2010.

As maiores irregularidades identificadas foram sobrepreço, superfaturamento, licitação irregular, falta de projeto executivo e problemas ambientais.

O parecer elaborado pelo ministro Aroldo Cedraz aponta que 219 obras, que totalizam R$ 35,4 bilhões, foram fiscalizadas no local de execução --sendo que 99 eram do PAC e somam R$ 25 bilhões.

As irregularidades foram encontradas em 41 obras, sendo que 13 são do PAC e representam 0,5% do total de 2.446 empreendimentos do programa --e somam R$ 7,38 bilhões.

Em 2008, 153 obras foram analisadas pelo TCU e 48 foram incluídas no rol de obras com problemas graves e tiveram a paralisação recomendada.

Leia mais Folha Online

Senadores recebem documentos sobre operação da PF em cima da hora

Documentos relativos à Operação Águas Profundas, da Polícia Federal (PF), foram entregues há pouco aos senadores da CPI que investiga irregularidades na Petrobras. Parlamentares da oposição que compõem a comissão reclamam do pouco tempo disponível de preparação para inquirir os depoentes com base na leitura da papelada.

Para eles, a entrega de documentação feita em cima da hora faz parte da estratégia dos governistas de impedir que haja qualidade nos questionamentos. "É tudo ensaiado", acusa o senador Antônio Carlos Jr. (DEM-BA).

A CPI ouve logo mais o procurador da República Carlos Alberto de Aguiar e o delegado da Polícia Federal, Claudio Nogueira. Ambos trabalharam na desarticulação e denúncia de quadrilhas que fraudavam licitações para o conserto de plataformas da Petrobras em contratos de aproximadamente R$ 200 milhões.

Durante as investigações, no âmbito da Operação Águas Profundas, verificou-se que empresas beneficiadas com informações privilegiadas sobre as licitações haviam contribuído com doações para campanhas do PT e seus candidatos nas eleições de 2006. Dentre elas a Iesa Óleo e Gás e o estaleiro Mauá Jurong.

Requerimentos do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) que convocavam para depor na CPI os representantes destas empresas, alguns deles presos pela operação, foram engavetados pela relator da comissão, Romero Jucá (PMDB-RR).

''Obra da Petrobrás está superfaturada''

O Estado de São Paulo

Ministro do TCU critica alta de investimento em Abreu de Lima

Alessandra Saraiva, RIO

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Jorge de Vasconcelos Lima criticou a discrepância entre projeções de investimento na refinaria Abreu e Lima, no Estado de Pernambuco, projeto que é desenvolvido pela Petrobrás em parceria com a estatal venezuelana PDVSA.

Em palestra promovida na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o ministro classificou como "um sério problema" a forte diferença entre as estimativas da companhia brasileira para o projeto, inicialmente orçado em US$ 4 bilhões, e os cálculos mais recentes, que apontam para gastos em torno de US$ 12 bilhões.

Na análise feita para uma plateia de empresários, o ministro disse que houve um "superfaturamento nas estimativas da obra". Ao ser indagado por jornalistas sobre o assunto, Lima comentou ter achado as projeções "estranhas".

"Não é normal que uma empresa do tamanho da Petrobrás faça uma previsão de uma obra de US$ 4 bilhões e depois aumente a estimativa para US$ 12 bilhões", observou. "É uma coisa que realmente causa estranheza", completou.

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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Águas profundas voltam à tona em sessão da CPI desta terça

O delegado que chefiou uma das maiores operações da Polícia Federal nos últimos anos depõe nesta terça na CPI que investiga irregularidades na Petrobras. Claudio Nogueira comandou durante dois anos a operação Águas Profundas que desarticulou esquema de fraudes em licitações para a reforma de plataformas da Petrobras. Os contratos eram de R$ 200 milhões.

O esquema envolvia o repasse privilegiado de informações a empresas que contribuíram com dinheiro na campanha do PT e de candidatos petistas nas eleições de 2006. Numa das conversas reveladas na Operação, empresários do setor falavam em "pagamento de dízimo de campanha".

Os senadores da CPI pretendiam ouvir os empresários denunciados na operação mas o relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), indeferiu os requerimentos protocolados pelos senadores Alvaro Dias (PSDB-PR) e Antonio Carlos Jr. (DEM-BA).

Claudio Nogueira poderá esclarecer circunstâncias que envolveram denunciados como os representantes da Iesa Óleo & Gás e do estaleiro Mauá Jurong, vencedores de licitações supostamente viciadas. As empresas estão na lista de doadores da campanha petista. A Iesa doou R$ 1,6 milhão para o PT em 2006.

Favorecimento

A CPI da Petrobras investiga favorecimento à prefeituras do PT no repasse de verbas de patrocínio da estatal na Bahia por ocasião das festas juninas no estado. Na semana passada, o gerente-executivo de Comunicação Institucional da Petrobras, Wilson Santarosa, disse que o repasse é feito para entidades que representam as administrações municipais.

O modelo de patrocínio foi criticado pelo senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) para quem a relação entre entidades e prefeituras "é poluída". "E a Petrobras deveria saber disso", falou.

A sessão da CPI que ouvirá o delegado Claudio Nogueira, além do procurador da República, Carlos alberto de Aguiar começa às 14h.

Prefeituras do PT recebem mais dinheiro da Petrobras

Auditoria do Tribunal de Contas da União apontou que prefeituras do PT foram as que mais receberam verbas da Petrobras por renúncia fiscal para projetos de proteção da infância e da adolescência: R$ 38,8 milhões de 2003 a 2008.

A fiscalização aconteceu entre abril e junho deste ano. Foram analisados processos no valor de R$ 270,9 milhões distribuídos pelo FIA (Fundo da Infância e da Adolescência) cujos repasses são definidos pela diretoria da estatal.

Leia reportagem no Globo

CPI investiga empresas favorecidas em licitações que doaram dinheiro ao PT

A CPI que apura irregularidades na Petrobras ouve amanhã (29) o procurador da República Carlos Alberto de Aguiar e o delegado da Polícia Federal (PF), Claudio Nogueira, responsável pela operação Águas Profundas que desarticulou esquema fraudulento de licitações que beneficiava empresas doadoras de dinheiro para campanhas de candidados do PT nas eleições de 2006.

Além dos dois depoentes, a CPI também ouvirá o gerente-executivo de Logística da diretoria de Exploração e Produção da estatal, Erardo Gomes Barbosa Filho.

O procurador Carlos Alberto é o mesmo que classificou de "quadrilhas" as empresas que atuavam em licitações para a construção de plataformas para a Petrobras. Uma delas, a Iesa Gás e óLeo que contribuiu com R$ 1,5 milhão para campanhas petistas.

Segundo apontou na época o procurador Carlos Alberto Aguiar, funcionários da estatal repassavam informações sobre licitações para a Angraporto Offshore, o que permitia a fraude nessas concorrências favorecendo a Mauá Jurong e a Iesa em troca de automóveis e viagens ao exterior. O estaleiro Mauá Jurong destinou um total R$ 180 mil às campanhas de três deputados federais do PT pelo Estado do Rio.

Aguiar identificou a existência de ao menos três quadrilhas voltadas para os crimes de corrupção ativa e passiva, fraudes à licitação, falsidade documental e peculato.