Os auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) que depuseram na sessão de hoje na CPI da Petrobras disseram que as irregularidades na obra da refinaria Abreu e Lima em Ipojuca (PE) são "incontroversas" pois a própria Petrobras admitiu superfaturamento e sobrepreço na contratação do consórcio que executa as obras em fase de terraplanagem.
O auditor André Delgado de Souza disse que a renegociação dos preços das drenagens de areia e fibro-química feita pela estatal é o reconhecimento da irregularidade. A renegociação levou a estatal a economizar R$ 64 milhões nos serviços contratados, disse ele.
O sobrepreço na execução da drenagem de areia foi de 321% e de 48% nos drenos fibro-químicos. Isso significa que a estatal pagou valores maiores do que os preços de mercado encontrados pelo TCU. A diferença entre a quantidade de serviços de drenagem de areia previstos no contrato daqueles que acabaram executados excedeu em 1.200% e 1.378% no caso da drenagem fibro-química, apontou relatório do TCU.
O auditor também demonstrou que neste caso não houve controvérsia quanto à metologia usada para prever os custos da obra pois a Petrobras utilizou como referência a tabela do sistema de custos do Dnit, o mesmo usado pelo TCU em suas análises.
Veja aqui o slide apresentado pelos auditores do TCU na sessão desta terça na CPI da Petrobras.