O Estado de S.Paulo
Depois de ouvir deputados, presidente disse que voltará a discutir o tema na próxima semana
Tânia Monteiro e Leonencio Nossa, BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu ontem que pelo menos até a próxima semana manterá o regime de urgência para a tramitação dos projetos que definem o marco regulatório do pré-sal. Em encontro com ministros e parlamentares aliados, no Centro Cultural Banco do Brasil, ele manifestou interesse de aprovar com rapidez as propostas.
Pelas regras do regime de urgência, os projetos terão 45 dias para tramitar na Câmara, e mais 45 no Senado. Se não forem votados nesse prazo, passam a trancar a pauta. Os líderes do governo preveem que as propostas só deverão ser votadas em abril ou maio - contando o tempo de recesso de final de ano e de trancamento da pauta.
Ao ouvir o apelo de deputados, Lula mostrou-se sensível e propôs nova discussão na próxima semana. "Deixa decantar o processo. Eu não me pauto pelos jornais. Estou aberto à discussão", disse, segundo o líder do PSC na Câmara, Hugo Leal (RJ).
A decisão foi criticada pelos oposicionistas. O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que Lula agrediu a democracia ao manter a urgência. "O presidente, do alto do seu poder, das suas palavras e da sua liderança diz:Nada importa, importa é o meu desejo." O desejo de um pequeno grupo que se reuniu por dois anos para produzir a lei que nós vamos ter menos de 90 dias para examinar aqui", disse o senador, em discurso no plenário.
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