Painel
Folha de São Paulo
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Na nota divulgada ontem, os 12 dirigentes da Receita Federal que pediram exoneração mencionaram, além da "forma como ocorreu" a dispensa de Lina Vieira e da "evidente intenção do Ministério da Fazenda de afastar outros administradores", os "depoimentos realizados no Congresso". Trata-se de referência à ida de Otacílio Cartaxo à CPI da Petrobras.
Ali, ao recuar do que a Receita havia dito acerca da manobra praticada pela empresa para pagar menos imposto, Cartaxo assegurou sua efetivação, mas deixou a equipe de queixo caído e convencida de que -ao contrário do que pede a nota de ontem-, não será "mantido o foco nos grandes contribuintes" nem "preservada a autonomia técnica da Receita".
Nunca antes. Um subsecretário (Fiscalização), cinco superintendentes regionais, um superintendente-adjunto e cinco coordenadores. Não há precedente de debandada dessa envergadura na Receita.
Ficou. Chamou a atenção a ausência de Eliana Polo Pereira, da 7ª Região (Rio de Janeiro), na lista dos superintendentes que pediram exoneração. Ela se reuniu com Cartaxo antes do depoimento deste à CPI da Petrobras. Seu adjunto, José Carlos Sabino, está entre os que saíram.
Saiu. Ao menos um dos superintendentes sabe que teria sido apeado se não tivesse saído por iniciativa própria. Considerado um dos maiores especialistas da Receita na área de aduana, Dão Real Pereira dos Santos, da 10ª Região (Rio Grande do Sul), custou a ser nomeado, tamanha a pressão de empresários contra seu nome, e vivia às turras com Nelson Machado, secretário-executivo da Fazenda.
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