domingo, 23 de agosto de 2009

Relator aprova seus próprios requerimentos

O relator da CPI da Petrobras, Romero Jucá (PMDB-RR)- que também é o líder do governo no Senado, conduziu o colegiado na última sessão da CPI, terça-feira (18), de forma a rejeitar em bloco 28 requerimentos apresentados pelos senadores da oposição Álvaro Dias (PSDB-RP) e Antônio Carlos Júnior (DEM-BA), e a aprovar os dois documentos que apresentou, onde convoca gestores da Petrobras.

Os requerimentos reprovados pediam a convocação de diretores de empreiteiras que prestam serviços para a estatal na obra da refinaria Abreu e Lima (PE) e que foram investigadas pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União e pelo Ministério Público Federal.

O TCU identificou “jogo de planilhas” de custos e superfaturamento superior a R$ 94 milhões na obra da refinaria de Pernambuco. Os ministros do tribunal deram ciência de sua decisão à Casa Civil da Presidência, ao Ministério das Minas e Energia, à Controladoria-Geral da União, ao Ministério Público da União e ao Departamento de Polícia Federal.

Em carta enviada aos “empregados da Petrobras”, o presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, diz que “...com relação aos supostos indícios de superfaturamento na obra de construção da Refinaria de Pernambuco (Abreu e Lima), apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), demonstraremos a inconsistência do parâmetro de estimativa de preços adotados pelo tribunal, em vista das especificidades e complexidades de obra, bem como da adequação do valor contratado pela Petrobras, baseada nos melhores padrões internacionais...”.

Foi para tentar confirmar a tese da empresa, que o líder do governo no Senado, acumulando o cargo de relator da CPI, aprovou para depor na comissão na próxima terça-feira (25), às 14 horas, os diretores Glauco Colepicolo Legatti, gerente geral de Implementação de Empreendimentos para a Refinaria Abreu e Lima, e Sérgio Santos Arantes, gerente de Engenharia de Custos e Estimativas de Prazos da Petrobras.