O Estado de São Paulo
Estratégia de Jucá é manter o quorum alto na comissão e impedir que oposição aprove a convocação
Eugênia Lopes
BRASÍLIA - Depois de enterrar 11 ações por falta de decoro parlamentar contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a tropa de choque do governo vai ficar esta semana de prontidão para impedir que a oposição aprove o comparecimento da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A estratégia do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), é manter o quorum alto na CCJ, impedindo que a oposição manobre e aprove a convocação de Dilma.
"O líder Jucá mandou uma convocação por e-mail para todos os peemedebistas da CCJ, a fim de que eles estejam no plenário da comissão para que não sejam aprovadas matérias fora do interesse do PMDB", afirmou ontem o presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO). "Mas como todos vão estar lá, não pretendo pôr para votar os requerimentos de convocação e convite da Dilma Rousseff", disse ontem o democrata. "Para votar depende de mim. Sou eu que decido se ponho na pauta de votação ou não."
Há duas semanas, a oposição fez uma manobra para aprovar requerimento de comparecimento da ex-secretária da Receita Lina Vieira para depor na CCJ. Lina participou de audiência na terça-feira passada, na Comissão, quando reafirmou ter sido pressionada por Dilma para agilizar a investigação do Fisco sobre as empresas de Fernando Sarney, filho do presidente Sarney. No dia seguinte ao depoimento de Lina Vieira foi a vez de o líder Jucá fazer uma manobra para tentar inviabilizar definitivamente o comparecimento de Dilma na CCJ.
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