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Josias de Souza
Um detalhe chamou a atenção da ministra Dilma Rousseff no depoimento da ex-secretária da Receita Lina Vieira à Comissão de Justiça do Senado.
Lina disse que o encontro em que Dilma lhe teria pedido para “agilizar” a fiscalização contra “o filho do Sarney” ocorrera sob atmosfera de penumbra.
“Ela mente”, disse Dilma, há uma semana, numa reunião com ministros e congressistas do PT. “Meu gabinete não tem nem cortinas”.
Dilma afirmou ter ficado intrigada com a seletividade da memória de Lina. A ex-secretária recordara-se de uma peça do vestuário da ministra.
Mencionara outros detalhes comezinhos: "Cheguei no quarto andar do palácio, não tinha ninguém me recebendo. Veio a Erenice Guerra [a segunda de Dilma]...”
“...Fui para a sala onde estavam duas pessoas e ali fiquei aguardando. Não perguntei o nome dessas pessoas. Tomei uma água, um café. Não demorou muito...”
“...Dali eu saí e fui para a sala da ministra conduzida pela Erenice. Nós conversamos amenidades. Como foi muito rápido, eu não me lembro dos móveis [...]”.
Ouça-se Dilma: “Ela diz que lembra do xale que eu usava, mas não lembra do dia nem do mês nem dos móveis...”
“Ela falou que eu estava na penumbra. Só se fosse noite e a reunião tivesse ocorrido com as luzes apagadas”.
“O gabinete da ministra, com enormes vidraças, é uma espécie de aquário. Ali, a penumbra é coisa impossível de ver”, disse ao repórter um dos interlocutores de Dilma.
A ministra esmiuçou a sua contraversão na quarta-feira (19) da semana passada. Ouviram-na ministros e congressistas do PT.
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