O Estado de São Paulo
Há um ano e um mês, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, administra uma crise sem fim na máquina arrecadadora. Ao retirar Jorge Rachid do comando da Receita, em 1.º de agosto de 2008, sob a avaliação que ele era independente demais, Mantega esperava ampliar o controle sobre o órgão. Em vez disso, teve como resultados a queda da arrecadação e problemas com a Petrobrás. Foi obrigado a demitir sua escolhida, Lina Maria Vieira, em episódio até hoje não totalmente esclarecido.
Quando a crise parecia não ter mais por onde crescer, surgiu a guerra de versões entre Lina e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre um suposto pedido para apressar os processos de fiscalização do empresário Fernando Sarney, filho de José Sarney (PMDB-AP).
Ontem, Mantega se viu diante da segunda rebelião de superintendentes desde a saída de Rachid. Ao assumir o posto, Lina tratou de fazer uma "limpeza" nos postos de comando. Conforme informou o Estado à época, a secretária deu cargos a vários sindicalistas. Politizada, a linha de trabalho do grupo tinha como bandeira a "fiscalização dos grandes contribuintes", em vez, como ela anunciou, "dos velhinhos e aposentados".
O primeiro grande desgaste veio com a polêmica da Petrobrás. Lina se contrapôs à decisão da estatal de recorrer a mecanismo contábil que lhe permitiu adiar o recolhimento de R$ 1,2 bilhão em tributos. Foi repreendida por Mantega. O episódio favoreceu a CPI da Petrobrás.
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