terça-feira, 11 de agosto de 2009

Primeiro depoimento será hoje à tarde

CPI da Petrobras ouvirá o secretário interino da Receita Federal, Otacílio Cartaxo. Ele está no lugar de Lina Vieira, exonerada da função.

Os senadores que integram a CPI da Petrobras vão ouvir às 14 horas as explicações do secretário interino da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, sobre a manobra contábil adotada pela estatal para reduzir o volume de impostos que deveria pagar. A estratégia foi identificada pela ex-secretária, Lina Vieira, que acabou exonerada, e permitiu que a Petrobras deixasse de recolher ao fisco R$ 4,3 bilhões. Lina também apurava os negócios da família Sarney, quando a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, teria solicitado que “agilizasse” as investigações. Segundo a ex-secretária, o “agilizar” da ministra soou com um pedido para encerrar o caso.

“Essas são razões suficientes para a oposição insistir na convocação de Lina Vieira na CPI”, argumenta o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), vice-líder da legenda no Senado Federal e autor do pedido que criou a comissão. Na avaliação do tucano, há elementos importantes que justificam a presença da ex-secretária no colegiado. “Ela estava no comando quando a Petrobras mudou de estratégia contábil e também quando os negócios da família Sarney eram investigados pela Receita”.

O relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), foi contra o depoimento da ex-secretária, indeferindo o requerimento neste sentido apresentado por Álvaro Dias. A Fundação José Sarney, que tem o presidente do Senado como presidente de honra (José Saney-PMDB/AP), recebeu cerca de R$ 1 milhão de patrocínio da Petrobras, mas R$ 500 mil teriam sido utilizados para outro fim. O requerimento que pedia investigação sobre a verba desviada também foi indeferido por Jucá.

Diante dos argumentos contra os dois arquivamentos, apresentados pelos três únicos senadores da oposição que integram a CPI, num colegiado formado por 11 parlamentares, Alvaro Dias, Sérgio Guerra (PE)- presidente nacional do PSDB, e Antônio Carlos Júnior (DEM-BA), Romero Jucá assumiu o compromisso de rever os pedidos “caso haja necessidade”.

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