Valor Econômico online
BRASÍLIA - O Palácio do Planalto considera inevitável a convocação da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira para a CPI da Petrobras. Em entrevista dada no fim de semana, Lina diz ter sido pressionada pela chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, a acelerar as investigações contra Fernando Sarney, numa mensagem entendida por ela " como um recado para inocentar o filho do senador " . Os aliados governistas no Senado, contudo, vão utilizar o depoimento de hoje do secretário interino da Receita, Otacílio Cartaxo, o primeiro à CPI da Petrobras, inaugurando os trabalhos, para tentar desqualificá-la. " Cartaxo vai desmentir a versão dada pela Receita (durante a gestão Lina) de que a Petrobras foi multada em R$ 4 milhões por uma manobra contábil. Quem mentiu uma vez pode muito bem estar mentindo novamente " , disse um integrante da base de apoio do Executivo.
A oposição, de qualquer forma, obteve a primeira vitória. Na semana passada, o relator da CPI, senador Romero Jucá (PMDB-RR), aprovou um plano de trabalho excluindo a necessidade de convocação de Lina, de Dilma e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Com as declarações dadas no final de semana, ministros próximos do presidente Lula passaram a afirmar que não há como evitar que Lina compareça à Comissão Parlamentar de Inquérito ou a alguma outra comissão da Casa - a oposição estuda a possibilidade de chamar a ex-secretária da Receita para depor na Comissão de Constituição e Justiça, caso fracassem as tentativas de levá-la à CPI.
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