segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Caso Dilma-Sarney: “ministra queria evitar vazamento", diz Alvaro Dias

“Se a ministra Dilma pediu para agilizar a apuração sobre as empresas da família Sarney, é porque queria proteger o aliado”. Esta é a avaliação do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) ao comentar a afirmação da ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, ao jornal Folha de S. Paulo, de que a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a teria chamado em seu gabinete, no final de 2008, para pedir que a investigação da Receita sobre os negócios da família Sarney fosse concluída logo.

A ex-secretária foi exonerada da função em julho deste ano, logo após identificar manobras fiscais feitas pela Petrobras para reduzir o pagamento de impostos. Por esse motivo, a oposição pretendia chamar Lina Vieira para depor na CPI da Petrobras. Agora tem mais motivos.

Mas o requerimento nesse sentido não foi aprovado pelo relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), que convidou para prestar esclarecimentos sobre o artifício fiscal adotado pela Petrobras o secretário interino da Receita Federal, Otacílio Cartaxo. O depoimento está marcado para amanhã, terça-feira (11), às 14 horas.

O senador Álvaro Dias, que é o autor do pedido arquivado por Jucá, disse que a oposição vai insistir na convocação de Lina. "Ela tem muita coisa a dizer". O senador tucano lembrou a promessa de Jucá, na reunião da CPI do último dia quatro, de que havendo necessidade os requerimentos não aprovados poderiam ser revistos. O que vale para o pedido de convocação da ex-secretária.

Álvaro Dias disse também que “há uma hipótese clara de que, ao pedir para agilizar, a ministra queria encerrar a investigação e evitar o vazamento para a imprensa”.