Lula disse duvidar que ela tenha pedido para encerrar investigações sobre Fernando Sarney
Denise Chrispim Marin- O Estado de S. Paulo
Sergio Dutti/AE
"Eu não acredito. Eu duvido que Dilma tenha conversado com Lina sobre este assunto"
QUITO- Preocupado com o desgaste político de sua candidata à sucessão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu nesta segunda-feira, 10, em defesa da ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil. O temor do Planalto é que Dilma seja "colada" à crise que envolve o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O governo também não quer a ministra como personagem da CPI da Petrobras.
Em Quito, capital do Equador, o presidente afirmou que considera uma fantasia a declaração da ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira de que teria recebido um pedido de Dilma, no final do ano passado, para "agilizar a fiscalização" envolvendo Fernando Sarney, filho do presidente do Senado. Lina afirmou que considerou a solicitação um recado para "encerrar" as investigações do Fisco sobre empresas geridas por Fernando Sarney.
"Eu não acredito. Duvido que a Dilma tenha conversado com a Lina sobre qualquer assunto como esse", afirmou Lula à imprensa, depois de ter participado da 3ª Reunião de Cúpula da União das Nações Sul-americanas (Unasul). "Quem construiu essa fantasia, essa história, em algum momento vai ter de dizer que foi um ledo engano. Pode escrever uma matéria assim embaixo: erramos", completou o presidente.
Lula disse que não havia conversado com a ministra nos últimos dois dias, mas insistiu que "não faz parte da personalidade" de Dilma agir dessa maneira. "Duvido que a Dilma tenha mandado recado ou conversado com qualquer pessoa a esse respeito. Não faz parte da formação política da Dilma."
Mas, confrontado com o fato de que o relato sobre o pedido de Dilma partiu da própria Lina, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Lula escapou. "Eu não sei se a Lina falou. Não leio o jornal de domingo. Na segunda-feira, eu ouço as informações", declarou.
Íntegra da reportagem