Para a vice-presidente nacional do PSDB, a ingerência do Executivo, por intermédio da ministra chefe da Casa Civil em assuntos da Receita Federal, “mostra a disposição do governo em eleger a ministra Dilma Rousseff a qualquer custo em 2010, mantendo as alianças que construiu”. A senadora Marisa Serrano (MS) fez a observação ao comentar hoje o pedido que a ministra Dilma teria feito para que fosse agilizada a apuração sobre as empresas da família Sarney na Receita Federal, no final de 2008. A revelação foi feita pela ex-secretária da Receita, Lina Vieira, ao jornal Folha de S. Paulo.
A senadora defende que a ex-secretária seja convidada a depor na CPI da Petrobras, apesar do relator, Romero Jucá (PMDB-RR), considerar sua presença dispensável. A oposição, caso não consiga o depoimento de Lina Vieira na CPI, já pensa em adotar outra estratégia.
A ex-secretária da Receita Federal poderá ser chamada para depor na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A oposição quer que Lina Vieira explique o que sabe sobre as razões de sua demissão logo após identificar a manobra contábil feita pela Petrobras para pagar menos impostos, assim como preste informações sobre a conversa que teria tido com a ministra-chefe da Casa Civil. A ex-secretária afirma ter entendido o pedido de Dilma, “de agilizar”, como um recado "para encerrar" as investigações sobre o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Na CCJ, a oposição é minoria- tal como na CPI da Petrobras, mas poderá contar com a colaboração de seu presidente, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), para aprovar a convocação de Lina Vieira, avalia o senador Alvaro Dias (PSDB-PR). Amanhã, terça-feira (11), a CPI da Petrobras tomará o depoimento do secretário interino da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, às 14 horas.