Reinaldo Azevedo
Meu avô dizia que, se você tenta fazer o certo às escondidas e é descoberto, passará por criminoso. Se praticar o crime aos olhos de todo mundo, com a cara mais lavada do mundo, há uma possibilidade de que o ato passe por coisa corriqueira. O seu norte moral, evidentemente, era fazer a coisa certa às claras. O modo como se faz alguma coisa, às vezes, é tão importante quanto o conteúdo.
Lula e o petismo devem fazer muita coisa que a gente não sabe, é óbvio. Mas fazem outras tantas com tal clareza na desfaçatez, que todos se quedam inertes, sem reação. Ontem (leiam abaixo), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, efetivou na secretaria geral da Receita o então interino Otacílio Dantas Cartaxo. Dois dias antes, ele havia negado, na CPI da Petrobras, qualquer irregularidade fiscal na empresa. Lina Vieira caiu porque achou que a gigante estava dando um jeito de sonegar.
Indagado por que Cartaxo, Mantega nem nos deu tempo de interpretar. Disse de cara: “É um homem muito competente. Os senhores puderam ver a atuação dele na CPI, onde ele explicou detalhadamente a questão da Petrobras. Portanto, estou satisfeito com o trabalho dele”. Um bom critério, agora, para dirigir a Receita é se dar bem numa comissão de inquérito.
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