Atenta, a oposição conseguiu impedir hoje uma manobra da base governista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O presidente da comissão, Demóstenes Torres (DEM-GO), suspendeu a sessão para barrar a estratégia dos governistas que queriam acabar com as possibilidades da ministra Dilma Rousseff- chefe da Casa Civil, de dar explicações à CCJ sobre a reunião que realizou com Lina Vieira. A ex-secretária da Receita Federal garante que o encontro correu no final de 2008.
O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou dois requerimentos para convocar a ministra, já que o quórum de governistas era alto e impediria a aprovação dos documentos. O embate começou quando, alertado pelos técnicos de que não haveria possibilidade de realizar no âmbito da CCJ uma acareação entre a ministra Dilma e a ex-secretária Lina Vieira, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) retirou o requerimento e apresentou outro, convocando a ministra para depor na CCJ. De acordo com o regimento do Senado, uma acareação só pode ser realizada em CPI.
O senador Demóstenes Torres ignorou os apelos do líder do governo e suspendeu a sessão sem colocar em votação os requerimentos. "Se eu colocasse em votação, eles derrubavam sem nenhuma discussão. Esse assunto não pode ser tratado assim. Eles precisam lembrar que manobra por manobra nós também temos direito de fazer", afirmou o presidente da CCJ.
Fica o alerta do senador Álvaro Dias:
“Nós, da oposição, teremos que exacerbar o debate na CPI da Petrobras. Os primeiros passos confirmaram a disposição da maioria de impedir qualquer investigação. A blindagem é programada, cuidadosa e persistente”.