Correio Braziliense
Luciano Pires
Elogiado pelos colegas de trabalho como alguém pontual, discreto e habilidoso ao volante, o motorista da ex-secretária Lina Vieira passou quase todo o dia de ontem confinado na garagem do Ministério da Fazenda. Ele é considerado a principal testemunha do suposto encontro entre Lina e Dilma Rousseff. Sem dar explicações aos curiosos, o rapaz deixou o galpão — que fica atrás do prédio anexo —, às 18h, acompanhado apenas de um amigo. Ele pediu demissão na segunda-feira. “Ninguém sabe direito o motivo. Talvez tenha achado coisa melhor para fazer”, justificou um dos motoristas.
Funcionário da Delta Locação de Serviços e Empreendimentos Ltda, Warley cumpria jornada pesada de trabalho. Embora fosse terceirizado, costumava fazer plantões noturnos. Quando Lina estava no comando da Receita, o motorista era acionado para levá-la a alguns dos endereços mais conhecidos de Brasília. “Ele a levou a muitos lugares: ministérios, Planalto, mas a gente leva e traz as pessoas. O que elas fazem dentro dos prédios o motorista não tem como saber”, resumiu outro colega.
Com um salário de R$ 1.000 por mês, Warley não parecia insatisfeito com a rotina. Pelo menos na avaliação dos amigos. “Todo mundo fica meio assim quando alguém fala de você na televisão”, advertiu outro motorista. No departamento de transporte e logística do Ministério da Fazenda, o ex-chefe de Warley não fez comentários sobre o pedido de demissão do rapaz. A Receita Federal informou que não se pronunciaria também.
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