Folha de São Paulo
Governistas arrancam de ex-secretária declaração de que não sofreu pressão ao insinuarem que poderia ser acusada de prevaricar
Base desiste de contestar encontro; para oposição, depoimento de ex-chefe da Receita ajuda a colar em Dilma a pecha de mentirosa
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em vez de tentar desqualificar Lina Maria Vieira, a tropa de choque governista no Senado adotou uma tática de controle de danos. Pôs em segundo plano a existência do encontro no Planalto e procurou arrancar, por meio de ameaças veladas, declarações da ex-secretária da Receita de que não sofreu pressões da ministra da Casa Civil para engavetar auditorias nos negócios da família Sarney.
A estratégia começou antes do depoimento na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Lina afirmou a tucanos ter recebido nos últimos dias recados de que seria alvo de processo por crime de prevaricação -quando o servidor sabe de irregularidades e não denuncia.
Ontem, a estratégia teve continuidade. Os questionamentos de governistas tinham insinuações de que, se ela recebeu da ministra pedido para beneficiar a família Sarney, cometeu crime por omissão. "A sra. entende que incorreu em prevaricação por não ter levado [o pedido] a seu superior?", disse Almeida Lima (PMDB-SE).
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