Folha de São Paulo
VINICIUS TORRES FREIRE
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Temos de "amar e defender" a Petrobras, diz Lobão em prévia do que deve ser a baboseira nacionalista do pré-sal luliano
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A PETROBRAS deve receber o afeto que se encerra em nosso peito juvenil, tal qual um símbolo da amada terra do Brasil, a bandeira nacional, segundo Edison "Olavo Bilac" Lobão, ministro de Minas e Energia ontem travestido de poeta parnasiano e autor redivivo de discursos de moral e cívica dos dias da ditadura a que serviu. O espírito do autor do "Hino à Bandeira" baixou no ministro, que comparou a petroleira estatal ao "lindo pendão da esperança". "A Petrobras é um símbolo nacional que se confunde com a bandeira do Brasil. Temos, portanto, o dever de não só amá-la mas de defendê-la dos acidentes e gestos de malquerença que muitas vezes se expressam", disse. Malmequer, ministro.
Lobão teve tal inspiração na festa da firma BR Distribuidora, empresa da Petrobras, que se despedia do seu ex-presidente, agora presidente do PT, e empossava o sucessor. A fala do ministro soou como uma prévia do que podemos começar a ouvir na Semana da Pátria, que será imediatamente antecedida pela divulgação das novas leis do petróleo e da estratégia de exploração do pré-sal, prevista agora para o dia 31 deste mês.
Isto é, a não ser que a briga de foice política que se tornou a discussão luliana do pré-sal não atrase de novo o lançamento dessa campanha nacionalista, estatista e populista, também uma prévia de Dilma 2010.
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