Um não interfere no outro, afirma Arthur Virgílio
Os senadores Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR)- autor do requerimento que criou a CPI da Petrobras, e Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA)- integrante da comissão, falaram ao blog sobre a crise do Senado e suas expectativas em relação ao primeiro dia de trabalho da CPI, marcado para quinta-feira (6) às 10 horas.
Posse de Sarney
Com uma agenda repleta de entrevistas, entre uma e outra, o senador Arthur Virgílio falou ao blog sobre o Conselho de Ética do Senado e a CPI da Petrobras. O líder do PSDB explicou que “são duas coisas distintas e importantes, uma diz respeito aos graves fatos envolvendo o presidente do Senado e a outra refere-se às irregularidades igualmente graves denunciadas na administração da Petrobras. Não dá para adiar mais a sua apuração. Já se passou muito tempo, graças às manobras protelatórias postas em prática pela base governista”.
E salientou:“o Conselho- com reunião nesta quarta-feira (5), terá de examinar as denúncias por mim mesmo apresentadas e as representações encaminhadas pelo PSDB e pelo PSOL contra o senador José Sarney, que perdeu as condições para continuar na Presidência da Casa”. Em relação a CPI, o senador deixou claro ser preciso examinar as “denúncias de superfaturamentos, de desmandos administrativos e de desvios de dinheiro para ONGs de atividade duvidosa. A estatal deve ser passada a limpo e voltar a ser dirigida com sentido exclusivamente técnico, em benefício do País e de seus acionistas”.
Arthur Virgílio conclui a conversa com o blog afirmando que “a melhor coisa que aconteceu no Senado foi a posse de Sarney como presidente, assim a crise se agudizou e mostrou seu foco essencial: os desmando que vinham sendo feitos há décadas por Sarney e seus protegidos”.
A crise e a CPI
O senador Álvaro Dias antecipou ao blog a estratégia que pretende adotar: “a nossa prioridade é votar os requerimentos com pedidos de informação sobre a Petrobras que serão encaminhados à Polícia Federal, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas da União. Só depois de analisar as investigações em curso, devemos convocar os envolvidos”.
Em relação ao staff técnico que será montado para assessorar a oposição na CPI, o senador adiantou que o grupo ainda “está sendo montado. Por enquanto temos consultores do próprio Senado trabalhando com alguns dados técnicos”.
Sobre a crise institucional vivida pelo Senado na pessoa de seu presidente, José Sarney, o senador Alvaro Dias foi taxativo: “a crise do Senado exige providências, mas as denúncias contra a Petrobras e contra o Executivo também precisam ser apuradas”.
Reunião marcada
Da Bahia, onde finalizava agenda política, o senador ACM Jr. falou ao blog por telefone. O senador apresentou 52 requerimentos à secretaria da CPI. “Não há uma ordem de prioridade, nem cronológica”, salientou, “a estratégia foi a de juntar todas as denúncias que chegaram ao meu conhecimento”.
Amanhã, terça-feira (04), o senador vai se reunir com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE)- que também integra a CPI, e com o senador Alvaro Dias, para definir qual será a estratégia da oposição no primeiro dia de trabalho da comissão. “Espero que a base do governo não adote nenhum movimento que seja perturbador à CPI”, disse o senador baiano.