Folha de S.Paulo
Fernando Barros de Mello
Empresa, que recebeu R$ 203,1 mi da estatal desde 2003, tem 336 terceirizados na petrolífera, entre eles um ex-segurança de Lula
Petrobras diz que contratos são regulares; oposição na CPI afirma que vai requerer documentos sobre toda a operação desses acordos
A grande atuação da Protemp, empresa de terceirização de mão de obra de Santo André (ABC Paulista) que recebeu R$ 203,1 milhões da Petrobras desde 2003, é na área de comunicação. Dos atuais 336 empregados da empresa na estatal, 183 estão nessa área.
Ontem, a Folha revelou que a Petrobras fez pagamentos a três CNPJs de empresas de nome Protemp. Elas ficam em Santo André, no mesmo endereço. Pelo menos duas dessas empresas constam atualmente da Lista de Dívida Ativa da União, da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
Segundo a Petrobras, até o último contrato, de outubro de 2008, a documentação estava em ordem. Mas afirmou também que houve pagamentos feitos até junho de 2009. Petrobras e a Protemp não repassaram a lista dos terceirizados da empresa que atuam na estatal. Um dos contratados pela empresa para o setor de comunicação é José Carlos Espinoza, ex-segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Oposição quer apurar tráfico de influência na CPI
A oposição na CPI da Petrobras quer investigar se conselheiros da estatal se beneficiaram com informações privilegiadas ou usaram o próprio cargo para firmar contratos com a companhia.
Para apurar se houve prática de tráfico de influência, senadores do DEM e do PSDB se preparam para analisar os contratos da Petrobras com instituições ligadas a integrantes dos conselhos de Administração e Fiscal.