“Na semana passada, depois de encerrado o pregão da Bolsa de Valores, encerrados os horários de envio de notícias para os jornais, encerrado mesmo o horário de início do Jornal Nacional, recebemos notícias de que a Petrobras- empresa orgulho de todos nós brasileiros, empresa historicamente ligada ao progresso do Brasil, estaria apresentando, apesar da propaganda em contrário, sérios problemas de liquidez, sérios problemas de caixa.
Quero ressaltar que, em nenhum momento, fiz nenhuma acusação ou sequer suspeita ou insinuação de que a Petrobras estaria quebrada. Ao contrário, eu levantei, com toda a transparência que o assunto deve ser tratado, que evidentemente uma empresa do porte, dos recursos da Petrobras, não estava quebrada. No entanto, aparentemente, estava com seu caixa arrebentado, o que trazia sérias implicações, já que corriam também conversas de que a Petrobras estaria atrasando o pagamento de seus fornecedores e que esse indício de que ela sofreria sérios problemas de caixa, de liquidez, foi confirmado quando soubemos que a Petrobras, em regime de urgência, teria recorrido à Caixa Econômica Federal para um empréstimo inusitado de R$ 2 bilhões.
Para se ter idéia do que significa para a Caixa Econômica Federal R$ 2 bilhões, só para a habitação, em todo o Nordeste brasileiro, até o momento daquele balanço, para todo o Nordeste foi aplicado R$ 1,3 bilhão. Esta que é a finalidade precípua da Caixa. E, numa operação só, ela fez uma operação de capital de giro para a Petrobras. Não foi empréstimo para investimento, não foi empréstimo para aquisição; foi empréstimo para capital de giro, ou seja, para o dia-a-dia da companhia, que estava sem caixa, portanto, para enfrentar o seu próprio dia-a-dia”.
Trecho do pronunciamento do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) no dia dois de dezembro de 2008.