sábado, 1 de agosto de 2009

TCU e MPF investigam uma dúzia de denúncias com foco direto ou indireto em Sarney

Correio Braziliense

Marcelo Rocha
Ricardo Brito

Sem qualquer alarde, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu processo para apurar as suspeitas de desvio de recursos pagos pela Petrobras à Fundação José Sarney. Entre 2005 e setembro do ano passado, a entidade recebeu R$ 1,34 milhão da estatal para tocar projetos de preservação e recuperação de acervos bibliográficos e museológicos da entidade. A investigação iniciada pelo tribunal é uma das mais recentes de uma série de apurações oficiais que têm como foco direto ou indireto o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O Correio encontrou pelo menos 12 frentes de trabalho (veja quadro) abertas pelo TCU (1)e pelo Ministério Público Federal desde fevereiro, mês em que o peemedebista assumiu o comando da Casa com o discurso da conciliação e da austeridade.

O processo para investigar as contas da Fundação Sarney, que tem o presidente do Senado como patrono, está na 9ª Secretaria de Controle Externo do tribunal, responsável pelo Maranhão. O caso chegou a passar pelo gabinete do presidente do tribunal, Ubiratan Aguiar, mais ainda não tem ministro designado para relatá-lo. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, ao menos R$ 500 mil das verbas transferidas pela Petrobras à entidade teriam sido desviados para firmas fantasmas e empresas do senador eleito pelo Amapá. Coincidentemente, os procuradores da República no Maranhão, estado onde funciona a sede da fundação, já investigavam as denúncias. Sarney alega não ter responsabilidade pela entidade.

O TCU tem processo para apurar a evolução patrimonial do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia, acusado de ocultar mansão avaliada em R$ 5 milhões no Lago Sul. O servidor também entrou na mira do MPF, que tentou bloquear na Justiça, sem sucesso por enquanto, os bens do funcionário. No cardápio dos ministros do tribunal há espaço, ainda, para supostas irregularidades no pagamento de horas extras a servidores em pleno recesso parlamentar e na administração da folha de pagamento do Senado.

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