As suspeitas de favorecimento na distribuição de verbas de patrocínio para entidades ligadas a dirigentes do PT ou aplicadas em projetos obscuros serão o principal assunto que os senadores tentarão esclarecer na CPI que investiga irregularidades na Petrobras no Senado esta semana.
Classificados pela estatal como “deficiências de controle”, os problemas relacionados aos patrocínios, na opinião dos senadores, é distribuição de dinheiro com motivação ilícita, algo muito mais grave do que tenta transparecer a direção da empresa.
A CPI ouve logo mais, a partir das 14h, três gerentes da Petrobras. Wilson Santarosa, Eliane Sarmento Costa e Luis Fernando Maia Nery, chefes das áreas de Comunicação Institucional, Publicidade e de Responsabilidade Social, respectivamente.
Além de indícios de favorecimento na distribuição de verbas de patrocínio para entidades ligadas ao PT na Bahia, auditoria feita pela própria Petrobras verificou problemas nos repasses de dinheiro para projetos de proteção da infância e da adolescência no Nordeste, São Paulo e Rio.
Segundo reportagem do jornal O Globo, houve irregularidade na aplicação de aproximadamente R$ 4,8 milhões. A direção da estatal alega que não é responsável pela fiscalização do dinheiro aplicado e apenas pela seleção dos projetos.
Os senadores que investigam a existência de uma relação fraudulenta entre a estatal e as entidades responsáveis por receber verbas de patrocínio e distribuí-las aos municípios, no caso de cotas de publicidade para festas juninas em cidades baianas, contestam a suposta isenção da Petrobras nas irregularidades.
Para membros da CPI, os problemas não estão apenas no uso irregular das verbas e sim na escolha dos projetos. O direcionamento de verbas para entidades específicas vem sendo feito de forma inequívoca e é fato amplamente divulgado pela imprensa, dizem os senadores. “Os fatos são abundantes e mostram a relação muito suspeita entre a Petrobras e as ONG´s”, avalia o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).