Na próxima terça, quando recomeçam os trabalhos da CPI, os senadores vão poder iniciar a investigação de contratos de publicidade realizados entre a estatal e agências ligadas ao PT na Bahia.
Serão ouvidos os gerentes de Comunicação Institucional, Wilson Santarosa, de Patrocínios, Eliane Costa e de Responsabilidade Social, Luis Fernando Maia Nery. Dos três, o depoimento mais aguardado é o de Santarosa. Ele teve a quebra do seu sigilo telefônico pedida em junho passado pela procuradoria da República do Mato Grosso que investiga a participação dele no escândalo do "dossiê dos aloprados".
Há denúncias de direcionamento de verbas para empresas de dirigentes do partido em projetos para municípios administrados por correligionários. A CPI também pretende desvendar obscuros repasses a projetos que nunca saíram do papel mas que já teriam custado R$ 1,2 milhão à Petrobras, como o projeto "Buscando a Cidadania", um curso profissionalizante acusado de nunca ter formado um aluno.
O setor onde as suspeitas também são fortes é o da Comunicação da área de Abastecimento da estatal na época em que o gerente era Geovane de Morais, demitido após denúncias de desvio de recursos no setor em que ele chefiava. "Queremos saber por qual motivo o orçamento da Comunicação de Abastecimento estourou em mais de 400%", diz o senador Alvaro Dias (PSDB-PR). Morais é suspeito de ter autorizado pagamentos de R$ 151 milhões, cinco vezes mais do que poderia ter gasto em publicidade.