O Estado de São Paulo
Para a MB, consumo interno será igual à produção de petróleo em 2020
Kelly Lima e Nicola Pamplona
Estudo divulgado ontem pela consultoria MB Associados indica que o governo superestima o potencial exportador das reservas do pré-sal. O trabalho considera um crescimento da economia de 4,5% por ano, em média, e conclui que o consumo interno de combustíveis estará no mesmo nível da produção em 2020. "O País tem perspectiva de forte crescimento nos próximos anos, o que pode jogar um pouco de água fria na rapidez que se coloca nos retornos do pré-sal", diz o relatório, assinado pelo economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale.
Ele argumenta que a elasticidade entre Produto Interno Bruto (PIB) e consumo de petróleo é de 1,6 e, mantida a projeção de alta do PIB, o Brasil estará consumindo 3,9 milhões de barris por dia em 2020, mesmo volume que a Petrobrás estará produzindo. "Ou seja, a Petrobrás está trabalhando com estimativas que podem não levar a excedente exportador nos próximos 10 anos", diz o texto. O trabalho da MB não considera a produção das petroleiras privadas, que pode chegar a 300 mil barris por dia em 2020.
Para 2030, mantido o ritmo do PIB, a MB projeta um consumo de 7,2 milhões de barris por dia, "o que deve ser coberto com o pré-sal, mas joga dúvidas ainda na capacidade exportadora". Para o economista, também não deve haver grande crescimento de importações com pré-sal, uma vez que a necessidade de equipamentos pode ser compensada por uma queda na importação de combustíveis, já que há novas refinarias em estudo pela estatal.
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