A União Nacional dos Estudantes (UNE) obteve não apenas 100 mil reais da Petrobras. Recebeu também outras verbas públicas para realizar suas atividades em Brasília. Entre elas, protestos contra a CPI. No total, a bolada chega a 920 mil reais.
Os números estão em O Globo de hoje. O jornal mostra que o 51º Congresso foi financiado pelos Ministérios da Educação ( 600 mil reais ), da Justiça ( 150 mil reais ) e da Ciência e Tecnologia ( 50 mil reais ). As estatais não ficaram de fora e a Caixa bancou 20 mil reais.
Segundo O Globo, o material de divulgação registra ainda, apoios dos ministérios do Trabalho, da Cultura, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, da Secretaria Nacional de Juventude e dos Correios.
Protesto fracassado
A manifestação contra a CPI, apesar de todo o aparato, que juntou ainda a CUT, a FUP e o MST, foi um fracasso. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, o número de participantes não passou de 1,5 mil.
Nesse total estão aproximadamente 300 estudantes ligados ao PSOL, que fizeram uma manifestação paralela. O PSOL é oposição à direção da UNE, comandada há 30 anos pelo PCdoB.
O Globo entrevistou um dos líderes paralelos. Rodolfo Mohr, do PSOL, criticou o apoio financeiro da Petrobras e do governo à UNE. “É ruim. Compra a autonomia e a independência da entidade”.
Palanque eleitoral
Cálculos oficiais mostram que a UNE recebeu do governo federal 10 milhões de reais nos últimos cinco anos. A adesão a um governo, nunca antes vista na história do movimento estudantil brasileiro, é um caminho de mão-dupla.
Usando o palanque do Congresso ontem, o presidente Lula fez mais um comício. Não faltaram palavras de ordem para a candidata oficial do governo para 2010. Cerca de 3 mil estudantes participam do evento.