terça-feira, 14 de julho de 2009

CPI da Petrobras não é palanque

“Assim que a oposição pediu a instalação da CPI da Petrobras, o governo fez tudo para desqualificar a ação, mas nós temos o dever de investigar e de preservar a estatal - que é um orgulho para os brasileiros, e não queremos usar a comissão como palanque, como alguns fizerem sob o pretexto de patrocínio cultural”.

Assim definiu o senador Sérgio Guerra (PE), como deverá ser a atuação do partido na CPI da Petrobras. Esse comportamento produtivo e construtivo só será possível entretanto, se a base governista mantiver o mesmo nível. Artifícios não faltam, como os usados pelo governo para impedir a instalação da CPI por mais de dois meses.

Como no “mensalão”

A oposição, embora minoritária, apresentou o senador Alvaro Dias (PR), autor do requerimento para a presidência. A indicação seguiu a praxe do Congresso Nacional que, por tradição, confirma para a presidência o autor de seu requerimento, ficando a relatoria para outro bloco partidário.

De acordo com o senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, a tradição só foi quebrada uma vez, na CPI do Mensalão, em 2005. “ Foi quando o governo Lula acionou a sua tropa de choque para eleger o presidente e o relator da CPI, mas os fatos foram maiores e a comissão conseguiu cumprir seu papel investigativo”, lembrou.

Preservar a Petrobras

O senador Alvaro Dias explicou que o objetivo da oposição ao criar a comissão foi o “de preservar a Petrobras e investigar indícios de irregularidades já apontados pelo Tribunal de Contas da União-TCU, Receita Federal e Polícia Federal. No entanto, estamos vendo o governo manobrar para que a CPI seja chapa-branca. Nós não queremos criar impasses administrativos para a estatal e sim esclarecer os fatos, estamos movidos por um sentimento patriótico”, afirmou.