Das vozes mais respeitáveis do cenário político nacional a especialistas setoriais, temos um coro uníssono denunciando a irresponsabilidade demagógica com que alguns políticos estão a tratar de assunto tão decisivo como as descobertas do Pré-sal. Denúncias que vão do uso ufanista das descobertas à xenofobia bolorenta. Da recaída estatizante de criação de mais uma estatal, até a ameaça de quebra de contratos de exploração legítimos da Petrobras com seus sócios estrangeiros, que só conseguirão enxotar o capital imprescindível para transformar a riqueza natural das reservas em riqueza econômica de fato.
Fora a derrubada do valor acionário da própria Petrobras que evoluiu de empresa estatal para empresa pública, com ações negociadas em bolsas internacionais, e compondo cerca de 30% das ações listadas na Bovespa. Patrimônio estimado de no mínimo 1,5 milhão de acionistas minoritários diretos ou indiretos através de fundos de investimentos privados ou do próprio FGTS.
Da fala do presidente de que as reservas são de propriedade da União, o que não se discute, à fala de que a Petrobras é do Brasil, há uma grande diferença e uma demonstração de desconhecimento do valor universal da propriedade como princípio constitutivo da democracia e da própria cidadania. É a tentação totalitária de achar que governos são a própria sociedade e não apenas sua representação temporária. Enquanto que a representação da União pertence às instituições do Estado e não a governantes, por mais bem intencionados que sejam.
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