Revista Época
Elogios a Collor são o preço pago por Lula pela proteção ao governo na CPI da Petrobras
Ricardo Amaral
Dois meses depois de ter sido criada oficialmente, a CPI da Petrobras foi afinal instalada na última terça-feira, sob controle de três senadores leais ao Planalto: seu presidente é João Pedro (PT-AM), suplente do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento; o vice é Marcelo Crivella (PRB-RJ), do partido do vice-presidente, José Alencar; e o relator é o líder do Governo, Romero Jucá (PMDB-RR). Foram eleitos por oito senadores do governo na comissão de 11 membros. A primeira decisão de João Pedro foi adiar para agosto qualquer outra decisão. Parece que a CPI está sob controle, mas hoje, no Senado, toda aposta é arriscada.
Nada pode estar sob controle enquanto o presidente José Sarney estiver acossado por denúncias – e o presidente Lula está sendo atraído cada vez mais para o centro dessa crise. Ele precisa sustentar José Sarney, um aliado muito especial, e arbitrar a disputa pessoal e política entre os líderes do PMDB, Renan Calheiros, e do PT, Aloizio Mercadante. O PT nunca foi notável por defender o governo no Senado e o PMDB cobra um alto preço por essa tarefa. A instabilidade aumenta porque no ano que vem dois terços dos 81 senadores vão disputar as eleições nos Estados. Nessa altura, o instinto de sobrevivência fala mais alto que as conveniências dos partidos e os interesses do governo.
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