Auditores da Secretária de Obras (Secob) do Tribunal de Contas da União (TCU) acreditam que o órgão vai instalar uma Tomada de Contas Especial (TCE) com o objetivo de pedir a devolução, aos cofres da União, do dinheiro gasto indevidamente na contratação de serviços de terraplanagem na refinaria Abreu e Lima que a Petrobras constrói em Pernambuco.
"A TCE acontece sempre que o Tribunal acredita que houve desvio, quando então é preciso recuperar dinheiro. No caso da refinaria, os auditores encontraram superfaturamento nas obras de drenagem já assumido pela Petrobras que por causa disso está renegociando os valores com o consórcio que realiza os serviços", explicou ao blog um auditor da Secob que preferiu manter o anonimato.
Ele também invalidou o argumento dos diretores da estatal de que a opção pela drenagem barateou os custos da terraplanagem. "Eles alegam que remover todo o volume de solo mole encontrado no local seria muito mais caro, por isso foi feita a drenagem. Acontece que na opinião do TCU isso não justifica o pagamento acima de mercado pela drenagem de areia e pela drenagem fibro-química", disse o auditor.
Levantamento do TCU apontou sobrepreço nos serviços e indícios de "jogo de planilha", quando o realizador da obra aumenta os valores do serviços mais demandados e diminui o preço daqueles que serão pouco executados. Para os auditores que prestaram depoimento à CPI na semana passada, também houve "superfaturamento incontroverso" na obra.