Folha de São Paulo
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de perderem a batalha pela manutenção do modelo de concessão para exploração de petróleo na camada pré-sal, os investidores privados já definiram os próximos passos para modificar a proposta do governo e torná-la mais atraente. O ponto de partida é a retirada da urgência na tramitação dos projetos. A partir daí, vão trabalhar pelo fim da exclusividade da Petrobras como operadora e para retirar o poder de veto da nova estatal (Petro-Sal) nos comitês operacionais que vão supervisionar a exploração de cada campo.
Ontem, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, membros do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) disseram aos senadores que o monopólio dado à Petrobras como operadora e o forte poder da nova estatal são inibidores de investimento no setor. A Petrobras faz parte do IBP, mas não participa das opiniões e estudos feitos pelo instituto sobre o novo modelo.
Na avaliação do instituto, para trazer capital, os investidores privados precisam influenciar o gerenciamento dos recursos. O poder de veto da Petro-Sal sobre os projetos de exploração nos campos deixa os investidores sem controle sobre o capital.
"Quem não tem controle sobre o processo não entra com investimento", avalia Ivan Simões Filho, diretor da BP (British Petroleum) no Brasil e membro do Comitê de Produção e Exploração do IBP.
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