Senadores da CPI da Petrobras querem saber detalhes da contratação feita sem licitação pela estatal de uma empresa de engenharia encarregada de avalizar os contratos feitos com o consórcio que realiza as obras de terraplanagem na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A Pini Serviços de Engenharia assinou contrato com a Petrobras no dia 18 de maio no valor de R$ 161 mil poucas semanas depois de o Tribunal de Contas da União (TCU) ter apontado superfaturamento e irregularidades na licitação do projeto.
O diretor da empresa, Mário Sérgio Pini e o consultor da Pini, Luiz Raymundo Freire de Carvalho, vão prestar depoimento logo mais às 14h na CPI. Eles tinham sido convocados para depor na semana passada mas não compareceram.
O contrato de serviços de terraplanagem foi fechado por R$ 429 milhões. O TCU apontou superfaturamento "incontroverso" de R$ 64,3 milhões no pagamento por dois serviços de drenagem de areia. A Pini emitiu parecer dizendo que o contrato ficou dentro da margem apurada como aceitável para este tipo de obra, entre R$ 411 mi e R$ 551 milhões.
Segundo o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), o depoimento do diretor e do consultor da Pini "é fundamental" para esclarecer os detalhes do superfaturamento e da própria contratação do serviço de consultoria. "A Petrobras pagou para ter o aval de uma empresa e assim defender-se das acusações do TCU", disse o senador que lembrou que a Pini é a mesma consultoria que avalizou a obra do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, um dos maiores escândalos de corrupção do país e que culminou na prisão do juiz Nicolau dos Santos Neto.