A exemplo do que fez na Câmara, o PSDB vai trabalhar para retirar o regime de urgência para a avaliação dos projetos do pré-sal no Senado. Embora a disposição do partido – que já foi anunciada pelo presidente, senador Sérgio Guerra (PE) - não seja a de fazer oposição radical às propostas do governo, os tucanos também não aceitam discuti-las em regime de urgência. "Temos muitas dúvidas e o tempo de discussão deve ser o de esclarecer. É um assunto complexo. Não há motivo para debates açodados", afirmou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Ele disse estar convencido de que o presidente Lula também irá retirar a urgência no Senado.
Depois do presidente da Câmara, deputado Michel Temer (SP) ter anunciado o recuo do governo em relação à urgência naquela casa, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), defendeu que o regime seja mantido para apreciação pelos senadores. Integrante da Comissão de Infraestrutura, uma das instâncias onde os projetos deverão ser analisados, o senador Marconi Perillo (GO) defende um debate detalhado das propostas que definem as regras para a exploração do petróleo do pré-sal.
"A exploração de petróleo no pré-sal é um projeto a ser executado no longo prazo e que, portanto, não deve ser tratado com tanta pressa. É preciso cautela na discussão do marco regulatório, modelo de exploração, concessão, definição da destinação dos resultados com a exploração destes recursos naturais e distribuição de royalties", afirmou.O senador também afirmou que o assunto "não pode se transformar em plataforma eleitoral ou bandeira política de quem quer que seja, pois trata-se do patrimônio da sociedade brasileira, cujas pesquisas se iniciaram há muitos anos e em outros governos. A sociedade precisa debater profundamente este assunto", defendeu.
Um dos pontos que preocupam o presidente Sérgio Guerra é o uso eleitoral que o governo tem feito do assunto pré-sal. Segundo ele, ao mesmo tempo em que não quer fazer oposição radical, o PSDB exige que o PT explique as medidas, como a capitalização da Petrobras, por exemplo, e as vantagens que podem advir sobre o modelo existente. "Não temos dúvida que o atual modelo foi vitorioso, gerou crescimento e riquezas para o País. Mas podemos discutir e contribuir para o aperfeiçoamento do setor", destacou.
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