segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Águas profundas voltam à tona em sessão da CPI desta terça

O delegado que chefiou uma das maiores operações da Polícia Federal nos últimos anos depõe nesta terça na CPI que investiga irregularidades na Petrobras. Claudio Nogueira comandou durante dois anos a operação Águas Profundas que desarticulou esquema de fraudes em licitações para a reforma de plataformas da Petrobras. Os contratos eram de R$ 200 milhões.

O esquema envolvia o repasse privilegiado de informações a empresas que contribuíram com dinheiro na campanha do PT e de candidatos petistas nas eleições de 2006. Numa das conversas reveladas na Operação, empresários do setor falavam em "pagamento de dízimo de campanha".

Os senadores da CPI pretendiam ouvir os empresários denunciados na operação mas o relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), indeferiu os requerimentos protocolados pelos senadores Alvaro Dias (PSDB-PR) e Antonio Carlos Jr. (DEM-BA).

Claudio Nogueira poderá esclarecer circunstâncias que envolveram denunciados como os representantes da Iesa Óleo & Gás e do estaleiro Mauá Jurong, vencedores de licitações supostamente viciadas. As empresas estão na lista de doadores da campanha petista. A Iesa doou R$ 1,6 milhão para o PT em 2006.

Favorecimento

A CPI da Petrobras investiga favorecimento à prefeituras do PT no repasse de verbas de patrocínio da estatal na Bahia por ocasião das festas juninas no estado. Na semana passada, o gerente-executivo de Comunicação Institucional da Petrobras, Wilson Santarosa, disse que o repasse é feito para entidades que representam as administrações municipais.

O modelo de patrocínio foi criticado pelo senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) para quem a relação entre entidades e prefeituras "é poluída". "E a Petrobras deveria saber disso", falou.

A sessão da CPI que ouvirá o delegado Claudio Nogueira, além do procurador da República, Carlos alberto de Aguiar começa às 14h.