O Estado de São Paulo
Deputado questiona presidente da Petrobrás sobre emissões de CO2 provocadas pela exploração do pré-sal
O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) e o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, divergiram sobre o eventual poder da estatal em conter avanços na legislação ambiental para garantir maior segurança na produção de petróleo. No debate "O Futuro do Pré-Sal 2" realizado ontem pelo Grupo Estado, Gabeira disse que o Brasil precisa avançar na legislação ambiental para evitar que a exploração na camada pré-sal aumente as emissões de CO2 e provoque alterações no clima.
O deputado é favorável a que se tomem como padrão as emissões que resultam no processo de exploração de petróleo do pós-sal e os gases excedentes gerados pela retirada do pré-sal sejam taxados a preços internacionais. Ele alertou, porém, que será preciso que a sociedade pressione a Petrobrás. "Se temos uma única operadora, e se a operadora tem essa influência enorme no Brasil, como vamos avançar na legislação ambiental?", questionou.
Gabeira citou como exemplo o recuo do governo em relação à resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) de 2002, segundo a qual toda a frota do País deveria usar um diesel menos poluente, com até 50 ppm de enxofre, a partir de 1º de janeiro deste ano. Pressionado pela indústria automobilística e pela Petrobrás, que alegavam não ter condições de se adaptar à nova regra no prazo estipulado, o governo adiou a exigência para 2012 e permitiu que a frota rodasse com um diesel de até 1.800 ppm de enxofre.
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