Documentos relativos à Operação Águas Profundas, da Polícia Federal (PF), foram entregues há pouco aos senadores da CPI que investiga irregularidades na Petrobras. Parlamentares da oposição que compõem a comissão reclamam do pouco tempo disponível de preparação para inquirir os depoentes com base na leitura da papelada.
Para eles, a entrega de documentação feita em cima da hora faz parte da estratégia dos governistas de impedir que haja qualidade nos questionamentos. "É tudo ensaiado", acusa o senador Antônio Carlos Jr. (DEM-BA).
A CPI ouve logo mais o procurador da República Carlos Alberto de Aguiar e o delegado da Polícia Federal, Claudio Nogueira. Ambos trabalharam na desarticulação e denúncia de quadrilhas que fraudavam licitações para o conserto de plataformas da Petrobras em contratos de aproximadamente R$ 200 milhões.
Durante as investigações, no âmbito da Operação Águas Profundas, verificou-se que empresas beneficiadas com informações privilegiadas sobre as licitações haviam contribuído com doações para campanhas do PT e seus candidatos nas eleições de 2006. Dentre elas a Iesa Óleo e Gás e o estaleiro Mauá Jurong.
Requerimentos do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) que convocavam para depor na CPI os representantes destas empresas, alguns deles presos pela operação, foram engavetados pela relator da comissão, Romero Jucá (PMDB-RR).