A CPI da Petrobras não terá sessão esta semana a pedido do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Relator da CPI, ele quer acompanhar a visita que o presidente Lula faz a Roraima, base eleitoral do senador, a partir de amanhã. Por isso, a sessão que ocorreria na próxima terça foi transferida para o dia 22. Estão agendados para esta data os depoimentos de três gerentes da Petrobras.
O gerente-executivo de Comunicação Institucional, Wilson Santarosa, o gerente de Responsabilidade Social, Luis Fernando Maia Nery e a gerente de Patrocínios, Eliane Sarmento Costa. A CPI investiga irregularidades na concessão de patrocínios e favorecimento na aprovação de projetos em municípios administrados pelo PT.
O depoimento mais aguardado é o do gerente-executivo de Comunicação Institucional, Wilson Santarosa. A CPI quer ouvir dele explicações sobre os gastos da gerência de Comunicação da área de Abastecimento da Petrobras que excedeu o orçamento no ano passado em 400%. Foram autorizados, através dela, pagamentos no valor de R$ 151 milhões, cinco vezes mais que o previsto. Suspeitas de desvio de recursos da estatal levaram à demissão do ex-gerente do setor, Geovane de Morais.
A CPI também investiga denúncias de direcionamento de patrocínios concedidos à entidades dirigidas por filiados ao PT na Bahia e a destinação de R$ 1,2 milhão ao projeto “Buscando a Cidadania” acusado de não ter oferecido nenhum dos cursos profissionalizantes que prometera ao ser inaugurado.
Wilson Santarosa teve recentemente a quebra do sigilo telefônico requisitada pelo procurador do Mato Grosso, Mario Lucio Avelar, que investiga a participação dele na tentativa de compra de um dossiê contra o PSDB na campanha eleitoral de 2006, o chamado “dossiê dos aloprados”. Ele tornou-se suspeito, segundo o procurador, por ter trocado 16 telefonemas na ocasião do negócio com Hamilton Lacerda, ex-assessor do então candidato ao governo de São Paulo Aloizio Mercadante e um dos articuladores da armação que visava atingir os tucanos.