sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Preferência a equipamento nacional pode atrasar pré-sal, diz Gabrielli

Eric Brücher Camara

Da BBC Brasil em Londres

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, admitiu nesta sexta-feira, em Londres, que a intenção do governo de usar equipamentos fabricados no Brasil para extrair petróleo da camada do pré-sal "pode causar atrasos" na exploração dos novos campos.

Ele ressaltou, no entanto, não acreditar que esse atraso possa ser "significativo" em longo prazo.

"Não acredito que a produção local vá ter um impacto significativo nos nossos projetos no horizonte do tempo", disse Gabrielli em entrevista coletiva após uma apresentação para investidores britânicos sobre o marco regulatório do pré-sal.

O presidente da Petrobras também admitiu que a fabricação local talvez possa afetar o preço e fazer com que os primeiros barris de petróleo fiquem "acima do preço internacional", mas destacou ter a expectativa de que essa diferença tampouco seja "significativa".

Gabrielli disse ainda que, por causa disso, em um primeiro momento a Petrobras possivelmente terá de equilibrar os aumentos nos preços e nos lucros, de forma a "manter a produção lucrativa", mas que isso deverá ser pensado caso a caso nos "centenas de sistemas" necessários para a construção de equipamentos de exploração.

'Acionista majoritário'

Diante da preocupação de um investidor com a possibilidade de o governo brasileiro vir a deter mais de 51% da Petrobras, Gabrielli afirmou que isso é possível e até desejável do ponto de vista do governo, mas para isso, os acionistas teriam que abrir mão dos papéis a que têm direito segundo o marco regulatório.

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