O governo deixou para trás o debate sobre os biocombustíveis. Agora, o que interessa a ele é usar o petróleo do pré-sal para alavancar a candidatura do PT nas eleições presidenciais, analisa o deputado Alfredo Kaefer (PR).
O tucano participou nesta semana de audiência na Câmara com o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. O deputado perguntou ao ministro por que o país abandonou as discussões sobre a pesquisa e desenvolvimento de novas fontes mais limpas de energia, como a nuclear, a eólica e a solar, além dos biocombustíveis como o álcool.
“Enquanto a China está fabricando 18 usinas termo-nucleares, aqui ainda sequer rediscutimos o modelo termoelétrico. Além disso, temos uma reserva imensa de urânio que não aproveitamos”, lembrou o deputado.
Ele também questionou o ministro sobre a necessidade da criação de uma nova empresa estatal. “A ANP, como foi criada, dá conta do atual modelo e também daria conta de gerenciar o pré-sal. Para que outra empresa?”, questionou.
Segundo Kaefer, o atual marco regulatório criado no governo de Fernando Henrique Cardoso foi “decisivo” para o avanço tecnológico e operacional da Petrobras. “E isso o ministro até admitiu”, disse o deputado numa referência ao fato de Edison Lobão ter declarado que nenhum país avançou tanto como o Brasil por causa de uma estatal.
O ministro também disse que o trabalho da Petrobras foi importante para tornar o país auto-suficiente em petróleo. “Conquistas que só foram possíveis com os investimentos realizados pelos governos do PSDB que antecederam Lula”, emendou o deputado.
Alfredo Kaefer disse que não interessa ao governo explicar quais serão os reais benefícios que o pré-sal trará para a população brasileira. “O ministro evitou falar sobre isso porque o objetivo principal do governo é usar o petróleo eleitoralmente”, lamentou o deputado.