O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) disse hoje na sessão da CPI que investiga irregularidades na Petrobras que a direção da maior estatal do país precisa esclarecer os motivos que a levaram a fazer negócios com uma empresa cujos sócios foram presos pela Polícia Federal (PF) e denunciados pela Procuradoria da República por terem formado uma quadrilha especializada em fraudar licitações. "Foi uma operação escandalosa", classificou.
"Ninguém quer dinamitar a Petrobras. Não é sequer patriótico fazer isso. Mas diretores da Petrobras, estes sim têm responsabilidade e precisam prestar contas à sociedade. Ninguèm aqui está acima disso. Nós senadores temos obrigação de prestar contas. Qualquer pessoa que tenha responsabilidade pública precisa responder pelos seus atos", afirmou Guerra.
O senador qualificou de "gravíssima" a permanência da Iesa Oleo & Gás na carteira de fornecedores da Petrobras mesmo depois de seus sócios terem sido denunciados por corrupção, formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro.
Doadora de R$ 1,6 milhão para o PT na campanha eleitoral de 2006 (o PT foi o único partido que recebeu recursos da empresa), a Iesa foi apontada pela Polícia Federal como parte de um esquema formado para fraudar licitações em contratos de R$ 200 milhões pela manutenção de quatro plataformas.
Um ano depois da denúncia, a empresa voltou a ser beneficiada, desta vez dentro de um consórcio chamado Quip S.A contratado para construir a plataforma P-62. O valor do contrato: U$ 1,4 bilhão.