A inflexibilidade da presidência da CPI da Petrobras diante dos pedidos dos senadores da oposição para que as sessões ocorram no período da manhã, o frequente descumprimento do horário de início das reuniões e a presença inconstante do relator da comissão nos depoimentos são exemplos, segundo a oposição, do descaso com que o governo a trata.
"Some-se a isso a troca em cima da hora de depoentes, a impossibilidade de recebermos documentos antecipadamente para podermos estudar e elaborar os questionamentos e a rejeição em bloco de requerimentos e você terá uma noção da farsa encenada pelo governo nesta CPI", disse ao blog o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).
Ontem, ele o senador Sérgio Guerra (PE) decidirar deixar a sessão em protesto contra o que eles qualificaram de "manipulação governista" destinada a impedir as investigações de irregularidades na Petrobras, motivo pelo qual a comissão foi instalada em julho.
No começo do mês, ao perceber que as apurações e os depoimentos estavam cada vez mais controlados pelo governo, o senador Sérgio Guerra resolveu requerer uma reunião administrativa para que um "ajuste" fosse feito a fim de garantir o caráter investigatório da comissão.
"Pedimos a reunião e houve a promessa de que ela iria ocorrer. Mas o tempo passou e nada aconteceu. O governo não quer reunião alguma, não quer investigar o que quer que seja", lamentou o senador.